30.12.06

www.hi2party.com


Que acham? Vou de smoking à James Bond ou não? lol
(um Ano Novo "em grande" para todos!!!!)

20.12.06

Hoje vi um Pai Natal portuga...

... e lembrei-me do que escrevi há um ano.

Escritas com a Foz por fundo

António Rebordão Navarro, Fátima Pombo, Pedro Baptista
em lembrança de Maria Virgínia
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"Sem deixar o ano encerrar, numa homenagem à literatura, uma conversa entre três escritores que fizeram da Foz cenário dos seus livros e nela vivem.
A falar três gerações, três momentos, três maneiras de se pôr em papel, com as quais se desvenda uma escrita aqui tão perto, tão deles e tão nossa.
À Maria Virgínia Rebordão Navarro, amiga e jovial personagem deste grande romance que vivemos, que lemos, porque há histórias que não acabam nunca. Pessoas que não morrem." [do convite]
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30 de Dezembro, às 18 horas, no pub Bonaparte
(Av. Brasil, Porto)

13.12.06

Desocupado leitor:


Quando era miúdo, havia uns desenhos animados espanhóis sobre o D. Quixote. Nesse tempo de duopólio RTP 1 e RTP 2 - quando Cartoon Networks, Pandas, Nickelodeons e afins eram uma miragem ainda lá longe -, em se tratando de desenhos animados, aqui o vosso amigo não perdia. Mesmo sendo uns desenhos animados fraquinhos, sem grande qualidade, vindos do lado de lá da fronteira, como era o caso destes.
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Com esses desenhos animados, fiquei a conhecer o Quixote. E durante muitos anos, o "meu" Quixote era o dessa série. Ou, pelo menos, o dessa série tal como então o vi e tal como o fui desde aí recordando ao longo dos anos. E era bem simples: um velho meio louco, vítima de alucinações frequentes que o metiam em toda a espécie de sarilhos - a ele e ao seu fiel escudeiro, Sancho de seu nome, Pança de sua alcunha e inocente de seu carácter, digo eu (lol).
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Mais tarde, começo a ouvir cada vez mais elogios à famosa obra de Cervantes. O primeiro romance moderno, uma obra que resistia à passagem do tempo, uma obra-prima, etc., etc., etc. Bem, confesso que fiquei curioso e lá ganhei coragem para comprar o livro. Ou melhor, a coragem foi precisa para começar a lê-lo, que são 800 páginas!!
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Ainda não acabei (nem sei se será tão cedo, porque tenho a mania de intercalar livros), mas desde já digo que sem dúvida vale a pena!
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Alguns elogios são exagerados. Para mim não é, claramente, o romance (ou obra de ficção, se preferirem) mais notável de sempre. Mas é uma obra riquíssima, que vai muito para além da narração das desventuras de um velho senil. Mas mesmo muito. O que, claro, mudou completamente a minha forma de ver D. Quixote. Nada como ir directamente à fonte!
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(a continuar)

21.11.06

209 mails...

...apagados há pouquinho, sem ler mais que o Assunto. Uns dias ausente + uns dias de trabalho intenso + uns dias de gelatina político-partidária em terramoto de grau 7 na escala de Richter = uns 240 mails por ler. Vendo bem, nem apaguei muitos...

Adenda: se notarem ausência de resposta minha a algum mail importante vosso, avisem; é que esta razia, como todas, há-de ter deixado as suas marcas. Mas às vezes é preciso.

14.11.06

Marcadores

Pois é, aderi à nova versão (Beta) do Blogger. E, para já, está aprovada.

A transferência foi fácil, o dashboard é mais fácil de utilizar e tem a vantagem dos marcadores (etiquetas ou tags), que podem ver no final de cada post e na coluna da direita.

O que eu não faço para facilitar as vossas pesquisas dos meus fantásticos textos...

3.11.06

STOP!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Caras e caros amigos e visitantes casuais,
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Este blog é um espaço onde digo umas asneiradas que me passam pela cabeça e, mais raramente, digo umas coisas sérias que interessam a poucos.
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Não é, decididamente, um espaço para estratégias enviesadas, para meias-palavras mal-intencionadas ou para iscos-a-ver-quem-morde. Não da minha parte, porque não é assim que gosto de me exprimir e porque dou totalmente a cara.
Mas também não certamente da parte de quem aqui vem, porque eu não admito. E quem ultrapassar os limites do bom gosto, quem vier com vontades dissimuladas ou quem vier lançar a confusão, terá a partir de hoje uma resposta: delete.
PS: Isto sem abdicar, claro, de qualquer outro tipo de resposta que considerar adequado (e não me refiro aos tribunais, que são muito lentos).
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26.10.06

Restaurantes

Eu queria fazer uma descrição mais pormenorizada das minhas férias no Alentejo, mas como não tenho tido muito tempo, cá vai um "pequeno apontamento" sobre os restaurantes onde fui. Pode ser uma ajuda a quem por lá passe.

S. Martinho do Porto
A CASA - Excelente restaurante, mesmo na marginal, com vista sobre aquela fantástica baía e comida óptima.

Porto Côvo
O MARQUÊS - O único restaurante de jeito em Porto Côvo, dos 3 a que fui. Come-se bem e é de aproveitar a esplanada naquela lindíssima (porque simples e autêntica) praça central.

Vila Nova de Milfontes
TASCA DO CELSO - Simplesmente o melhor restaurante das férias. Castiço, comida divinal, atendimento simpático. Não percam a sangria nem, claro, os pratos alentejanos. Têm é de reservar, é pequenino e concorrido. E vejam se conseguem resistir a "levar emprestado" um daqueles cinzeiros de barro a dizer Roubado na Tasca do Celso...

Valencia de Alcántara (Extremadura, Espanha)
EL CLAVO - Uma agradabilíssima surpresa, só estragada por um final infeliz. A comida era muito boa (pratos de caça, pratos regionais, etc etc), todos muito simpáticos, a carta de vinhos muito bem recheada (com preço a condizer, infelizmente) e não se importaram nada de nos servir almoço às 15h30 (hora espanhola). Só foi pena no fim terem tentado enganar-me com a conta... Olha com quem! Ainda pensei que fosse engano, mas eram dois enganos (12 euros a mais) e, pela reacção quando chamei a atenção, percebi logo que não tinha sido lapso. Resultado: gorjeta zero!
Em resumo, recomendo vivamente. Foi uma surpresa, ali no meio do nada (Valencia de Alcántara é uma vilória). Mas cuidado na hora de pedir la cuenta...
(Adenda: os nomes dos restaurantes são link para os respectivos sites)

4.10.06

Etiquetas


Cá vão as 6 etiquetas que o Pedro Oliveira me pediu (com um atraso do caraças!):

1. Laranja (óbvio)

2. Azul e branco (ainda mais óbvio)

3. Tripeiro (com o ditongo bem aberto)

4. Noctívago (é de noite que gosto de trabalhar; ah! e divertir também)

5. Convencido (há que dizê-lo com frontalidade)

6. mas sobretudo bom rapaz!

Não passo a ninguém, mas quem quiser... força!

Tantra

Ó meus amigos... por favor não me enviem correntes de sorte nem powerpoints de reflexões profundas do tipo "a vida é como um rio, não nos podemos deter nas pedras que surgem pelo caminho" (acabei de inventar; ao contrário do que alguns pelos vistos julgam, não é nada difícil - só não serve é para nada, mas pronto...).
Vem isto a propósito de um "tantra oriental" (sic) que recebi hoje, cujo primeiro slide incluía (não estou a gozar) "coma muito arroz integral" e "decore o seu poema favorito". E embora tenha fechado logo a correr, pareceu-me que era daqueles que se "deve" enviar a 10 amigos ou o diabo a quatro. Acredito que todos os slides tivessem preciosos ensinamentos para a vida, só não acredito que fossem para mim... ;)
Sra. Dra. aqui das traseiras, não havia necessidade!

15.9.06

Vida de cão...



Pois, não tenho actualizado o blog... Mas ando com uma pilha de trabalho deste género...

Só neste blog tenho que:

1. Responder ao desafio do Pedro Oliveira (não, não está esquecido)

2. Contar as férias (o que pode ser contado, claro)

3. Contar o que achei do Cats

4. Falar de 2 ou 3 livros que li recentemente

5. Mais aquelas coisas sem sentido que para aqui escrevo às vezes

E ainda trabalho e GEN e CPC (siglas só decifráveis por alguns). Enfim, prometo... um dia... talvez... quem sabe...

4.9.06

Estive a banhos aqui...



... mas já voltei!!

:)

Prometo responder aos comentários e postar algo novo já amanhã, ok? É que hoje não dá mesmo!

23.8.06

É preciso topete!!

E uma última sugestão...
Ó Freitas do Amaral, o que é isto? Das duas, uma: ou a família trabalhava no Gabinete ou o motorista trabalhava para a família (e não devia estar na lista de salários do Estado, portanto). Agora esta confusão... Desviar um "motorista do meu Gabinete" para "apoio automóvel à minha família directa" é que não!

17.8.06

Oh, não!














+










=









Sábado. 12h40. Ligo os telemóveis (dois). Em cada um, cinco chamadas perdidas de um amigo meu. Liguei-lhe logo! Teria acontecido alguma coisa? Estaria ele bem? Ele atende-me nas calmas: "olá, bom dia, então tás bom?" etc e tal.
"Uou, stop. Ligaste-me cinco vezes para cada telemóvel. Que se passa?"
"Ah pá, tinha dois bilhetes de graça para os Rolling Stones, hoje à noite, no Dragão, e lembrei-me de ti. Mas como daqui a pouco saio para o Algarve, tinha mesmo de despachar os bilhetes nos minutos seguintes. Como tinhas os telemóveis desligados, liguei a outra pessoa, que ficou com eles, vou agora entregá-los e sigo para baixo."
Compreendem agora o melão? Por 15 minutos perdi bilhetes de graça, à borliú, nada!
Depois veio a chamada crença consonante: "paciência, não tem mal, já os vi em 2003 em Coimbra". Pois, pois... Grande melão...

8.8.06

E agora para algo completamente diferente...

No início de Fevereiro, neste blog, escrevi 4 posts sobre o Médio Oriente - nomeadamente sobre a vitória do Hamas nas eleições palestinianas -, a que chamei "O Grande Problema de Hoje", partes I, II, III e IV (tipo filme lol!). E no final desse mês escrevi um post intitulado "Hamas democrático".

Tinha muita esperança que a vitória do Hamas nas eleições palestinianas pudesse representar uma oportunidade de moderar os radicais palestinianos, agora sujeitos à pressão de ter de governar bem. Até aí, o Hamas era o movimento extremista que prometia tudo aos palestinianos: dignidade, território, fim da corrupção, administração eficiente. Em tudo isso a Fatah, partido de Yasser Arafat, falhara. Mas com tantas promessas, as expectativas dos palestinianos com a vitória do Hamas eram (e são) elevadíssimas. E o Hamas tinha agora de passar das palavras aos actos, gerindo bem a Autoridade Palestiniana. Esta pressão interna era importante, porque para bem governar a Palestina o Hamas não podia ignorar Israel ou o Ocidente, por razões logísticas e, até, financeiras (as ajudas financeiras do Ocidente eram vitais).

Para além desta pressão interna, começou igualmente a pressão externa. Europa, Estados Unidos e países islâmicos mais moderados começaram a pressionar o Hamas no sentido da moderação e da negociação com Israel.

Quem se quiser lembrar desses tempos que leia os posts que referi, do início de Fevereiro. Apenas relembro o que era a minha esperança: que essas pressões conduzissem à moderação (ou, melhor ainda, à democratização) do Hamas, um pouco como tinha sucedido à Fatah depois de assumir o governo da Autoridade (embora com muitas ambiguidades).

Para isso, eu achava que era preciso uma mistura de firmeza nos princípios e flexibilidade nas tácticas. Era fundamental que as forças externas - Ocidente, países islâmicos moderados e Israel - pressionassem o Hamas com firmeza, mas procurando evitar "romper a corda". Se aos poucos se conseguisse democratizar o Hamas, teríamos uma vitória fundamental para a melhoria do problema. Os palestinianos poderiam porventura começar a descobrir que não era pela via radical que algum dia chegariam a bom porto - Fatah e Hamas teriam abandonado essa via, em momentos diferentes, com protagonistas diferentes. Enfim, não esperava milagres, mas certamente tinha esperança em melhorias muito significativas.

Os primeiros tempos pareciam indicar que essas forças externas estavam no bom caminho, como escrevi no post Hamas democrático. A União Europeia ameaçou cortar as ajudas, os EUA decidiram esperar para ver. Ambos disseram que não estava em causa a ajuda ao povo palestiniano, mas que ela dependia do caminho que o Hamas quisesse trilhar. Havia firmeza (excepto o patético Freitas do Amaral, com topete e tudo), mas abertura suficiente para manter soluções em cima da mesa.

E a que propósito vem tudo isto? Vem a propósito do ataque israelita ao Hezbollah e ao Líbano.

Este ataque vem deitar por terra a minha esperança, por muitos e bons anos. Compreendo o drama de Israel. Não gostaria de ver terroristas fanáticos ao longo do lado de lá do Rio Minho a raptar portugueses nos arredores de Valença, a lançar rockets sobre Viana do Castelo ou a instruir bombistas suicidas para atacarem um autocarro dos STCP no coração do Porto.

Compreendo. E compreendo que invadir o sul do Líbano pode parecer a solução. E talvez o seja, a curto prazo. Mas a longo prazo apenas vai contribuir para o escalar do conflito. Entrámos numa nova espiral de ataque e contra-ataque, que duvido venha a terminar com os pesadelos de Israel.

Não sei se podíamos pedir a Israel que aguentasse e procurasse um pouco mais a negociação. Não sei se o totalitarismo islâmico algum dia deixará de existir. Não sei se o Hamas ou o Hezbollah algum dia serão movimentos pró-liberdade. Mas sei que não o saberei tão cedo.

28.7.06

Bem me parecia que a culpa não era minha lol!


(agora percebo porque não conseguia ver aquela sitcom americana da nanny, lembram-se?)

Fonte: Revista Sábado

27.7.06

Revoluções

No último Expresso, Daniel Oliveira escreveu na sua crónica que as feministas dos anos 60 andavam erradas: a verdadeira revolução sexual não é os homens deixarem de ver as mulheres como objectos mas as mulheres passarem a ver os homens como objectos. Eu, que raramente concordo com o Daniel Oliveira, não posso deixar de concordar com esta. E com o comentário final dele: isto vem-nos complicar a vida a nós homens...


Nota 1: não há link, o Expresso online não é grátis.
Nota 2: citei de memória, espero não haver erros.
Nota 3: eu sei, não tenho actualizado o blog...

19.7.06

Sinais ultra-pós-modernos

- Sofrimento não é uma opção.

- Há uma geração Hi5.
(Que alcunha terá a geração que agora tem 12 anos?)

- "O download do upgrade do software."

- Hollywood (e tutti quanti) como causa de desequilíbrio emocional.

- "Entreguei a uma empresa e eles trataram de tudo".

- Falhar não é uma opção.

- "Todos o fazem, burro é quem não aproveita."

- "O meu filho é que percebe disso."

- "Azar, quero lá saber."

- "Trabalhei o fim-de-semana todo, estou morto."

- "Ele andou enrolado com outras e ela descobriu e fez-se muito ofendida, mas ela também andava enrolada com outro. Mas era só um."

- Fealdade não é uma opção.

- "Estás feliz?"

- :) ;) lol :P :D :S :(

- A imagem pode não ser tudo, mas é algo.

- "Qual é o mal?"

6.7.06

Fantástico!

Qual Emanuel, qual Ágata, qual Toy, qual quê! Pimba mais pimba que isto não há!
A Gerência adverte que pode ferir as pessoas mais sensíveis ao mau gosto.

Vá lá...

... podia ser pior. Pelo menos não perdemos na final contra a Grécia!

5.7.06

Mundial? Qual Mundial?

Ah sim, ouvi qualquer coisa... Está a decorrer um campeonato de futebol, não é? Pois, sabes como é, não ligo muito...

3.7.06

E vão 28, faltam 3, para no fim ficar só um: Portugal!

Costa Rica, Polónia, Equador, Inglaterra, Paraguai, Trindade e Tobago, Suécia, Argentina, Costa do Marfim, Holanda, Sérvia e Montenegro, México, Irão, Angola, Gana, Estados Unidos, República Checa, Brasil, Croácia, Austrália, Japão, Suíça, Coreia do Sul, Togo, Espanha, Ucrânia, Tunísia e Arábia Saudita.

26.6.06

Notas do Mundial


1. Que grande golo!!;
2. Esse Boulahrouz devia ser cortado às postas e servido a cães famintos (para quem não percebe muito de futebol, a ideia foi pôr o Ronaldo de fora logo no início, quando o árbitro normalmente ainda tem alguns pruridos em expulsar alguém; e não é que resultou? F*%$" #& =#%&!!!);
3. Árbitro digno de um campeonato distrital do Burkina Faso;
4. A falta que o Deco nos vai fazer (OK, o Costinha também, mas o Deco...);
5. Felipão já ganhou;
6. A Inglaterra não jogou nada de especial;
7. Se chegarmos à meia-final com o Brasil... pode ser um dos melhores jogos do mundial.

23.6.06

Notas do Mundial

O jogo grande dos oitavos-de-final é mesmo o Portugal-Holanda. É o único que opõe dois candidatos ao título, ainda que da segunda linha de candidatos. O positivo é que quem ganhar (sobretudo se o fizer com uma exibição convincente) lança definitivamente a sua candidatura. Depois de uma qualificação fácil para o Mundial e de um grupo D sem grande dificuldade, esta é a hora da verdade. Se não ganharmos, então mais vale sairmos já às mãos de uma equipa forte com quem perder não é vergonha. Se ganharmos, sonhar é possível.

Força Portugal!!

22.6.06

Nova Avenida dos Aliados


A remodelação da Avenida dos Aliados, da Praça Gen. Humberto Delgado e da Praça da Liberdade, no Porto, deu azo a muita polémica. Pessoalmente o projecto parecia-me interessante, mas confesso que tinha dúvidas sobre o fim dos passeios com calçada à portuguesa e das zonas ajardinadas.


No entanto, acho que ficou bem. Parece uma praça (ou avenida) só, mais ampla, mais aberta. E parece-me que agora as pessoas usufruem muito mais as placas centrais, que dantes eram quase só de passagem porque não havia grande espaço para andar por ali. À volta da fonte, por exemplo, tem sempre gente. À volta e lá dentro, que já lá vi miúdos a tomar banho!

PS: não posso deixar de dar a minha alfinetada ao meu alvo preferido, os jornalistas. Quando foram instaladas as cadeiras junto à fonte, uma repórter de rádio andou a perguntar a quem por lá andava: "acha que as cadeiras aqui vão durar ou que as vão roubar?"; "acha que este ferro é suficiente para impedir que as roubem?"; e fez uma reportagem de 2 ou 3 minutos só sobre a roubabilidade das cadeiras. Sempre em busca da polémica, irra...

Notas do Mundial

1. Afinal Angola até joga (contra mim falo);
2. Mas os jogadores entraram nervosos (se não mesmo receosos) contra os palancas negras;
3. Para já, só nós e a Alemanha somámos 9 pontos (e só o Brasil pode juntar-se-nos, parece-me);
4. Só a Argentina se está a destacar mais, os outros candidatos têm todos tido dificuldades e exibições médias;
5. Simão entre o banal e o bom, como eu acho que ele sempre é (quando está em dia sim, é óptimo; mas o problema é que ele tem muitos dias em que pura e simplesmente passa ao lado);
6. Se passarmos os oitavos com a Holanda, encontramos provavelmente a Inglaterra (a alternativa é o Equador); só falta encontrarmos a Espanha nas meias-finais para ser o Euro '04 all over again.

12.6.06

a/c do Mr. Scolari

Caro Felipão,
'Tá bem que não cante o hino, a letra não é fácil. Mas pelo menos diga "Irão" em vez de "Irã" e "Campeonato do Mundo" em vez de "Copa do Mundo". É só para ver se parece mais seleccionador português...
O abraço do costume.

3.5.06

Racismo ou orgulho nas raízes?


A actual Miss Angola, Stiviandra Oliveira, poderá não representar o seu país no concurso Miss Universo, que se realiza a 23 de Julho em Los Angeles, por razões raciais, segundo avançou o jornal ‘Angolense’ na sua última edição. Ao que parece, a Comissão do concurso Miss Angola terá inviabilizado a participação de Stiviandra de Oliveira porque “é muito clara para os gostos da maioria negra”. A notícia foi retirada do Correio da Manhã.

Encontrei também esta notícia da eleição carregadinha de comentários de leitores pró e contra. E se pesquisarem no Google encontram muitos blogs e fóruns angolanos e luso-angolanos a debater o assunto. Pelo vistos está ao rubro!
PS1: clara ou não, a mim não me parece mal... lol
PS2: desde que ouvi o nome (Stiviandra) que não me sai esta da cabeça: cá para mim os pais eram fãs do Stevie Wonder (OK, é seca, eu sei, mas tinha de a dizer; a propósito, sabem porque é que o Camões perdeu um olh... ah, já contei, pronto).

30.4.06

Bravo NY!

You Are New York

Cosmopolitan and sophisticated, you enjoy the newest in food, art, and culture.
You also appreciate a good amount of grit - and very little shocks you.
You're competitive, driven, and very likely to succeed.

Famous people from New York: Sarah Michelle Gellar, Tupac Shakur, Woody Allen

28.4.06

Hoje estou...

... assim. Começou ontem com dores de garganta, passou para o nariz, deu em zumbido nos ouvidos e agora está a começar a tosse. E vem aí um fim-de-semana prolongado.

Mas o que é que eu fiz para merecer isto?*





*João, Raquel e Francisco estão proibidos de responder. Ah, e o Pedro também. E a Marta. E o Óscar. E tu também não podes, Zé. Nem tu, Sofia. Nomes fictícios para protecção dos próprios. Mas eles sabem quem são.

25.4.06

Sophia

Não sou grande apreciador de poesia, nomeadamente da poesia culturalmente correcta - isto é, venerada pelo establishment cultural português. Acho que muita da poesia mais louvada no nosso país é aquela feita por poetas sem talento excepcional mas com o condão de serem excelentes relações públicas perante esse establishment. A ideia que dão é a de que bastam umas palavras impenetráveis (tipo "Húmus do tempo vertido, flor que dispersa em medida voraz, avenidas de medo no crepúsculo do teu seio") e umas tiradas apropriadas nos salões certos.

Mas depois há aqueles que o establishment não pode ignorar e que eu não posso deixar de admirar. Aqueles cuja poesia é límpida e simples, sem nunca ser banal. Pessoa, Régio, Eugénio ou... Sophia.

Sophia de Mello Breyner Andresen escreveu alguns dos meus poemas preferidos, com palavras breves, despretenciosas e certeiras, directas ao sentimento que eu gostava de saber exprimir de forma tão superior. Deixo apenas alguns curtos exemplos, que este não é um blog de poesia:


Mar

Quando eu morrer voltarei para buscar
os momentos que não vivi junto ao mar.


Ausência
Num deserto sem água
Numa noite sem lua
Num país sem nome
Ou numa terra nua

Por maior que seja o desespero
Nenhuma ausência é mais funda do que a tua.


As Ondas
As ondas quebravam uma a uma
Eu estava só com a areia e com a espuma
Do mar que cantava só para mim.


E, claro, o poema que me fez escrever este post. O poema que melhor define o 25 de Abril. Já sei que hoje ele aparece em mil e um blogs e sites e jornais, mas não podia deixar de o pôr aqui também:


25 de Abril

Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo.


Bom (resto de) Feriado!

23.4.06

Gravidezes "Gotcha!"

Dos 6 milhões de gravidezes registadas anualmente nos EUA, cerca de metade são consideradas não intencionais ou não planeadas. Mas, ao mesmo tempo, nove em cada dez mulheres afirmam usar métodos contraceptivos, o mais popular dos quais tem uma taxa de sucesso superior a 90%. Estranho? Nem tanto.

Há vários motivos (uso errado do método contraceptivo, por exemplo), mas pelos vistos um dos principais parece ser este: para agarrar o homem certo, há mulheres dispostas a engravidarem. Gotcha!

Melinda Spohn, investigadora do Spokane Falls Community College (Washington) afirma que as mulheres têm um desejo biológico interno para reproduzir com homens que são "good providers" (sinceramente, não sei exactamente como traduzir; bem sucedidos?; bons providenciadores?). Ela apresentou o seu estudo no encontro anual da Human Behavior and Evolution Society e aconselhou os homens: "Cuidado!"

Ouviram, rapazes? Depois não digam que eu não avisei!

PS: retirei a notícia daqui. Mas vou voltar a ela, porque parece-me que Spohn está ligeiramente enganada. Ou então a revista não é suficientemente exaustiva, o que é possível porque NÃO É uma revista de Psicologia mas uma revista de generalidades com umas pinceladas de Psicologia.

Vídeo fantástico!

Qual National Geographic, qual Discovery Channel, qual quê! Encontrei este vídeo fantástico e altamente didáctico. Vejam e aprendam!

Mai nada!

Sempre roupa, sempre roupa...

Almoço de Páscoa, família reunida.
Uma tia minha, senhora dos seus 70 anos, diz aos meus sobrinhos:
- Comam tudo que depois abrimos as prendas que eu vos trouxe.
Acto contínuo, o meu sobrinho de 5 anos:
- Sempre roupa, sempre roupa...
A minha irmã começou a falar em todas as direcções, procurando uma maneira de dar a volta. O meu cunhado ficou no extremo oposto, bloqueado. O meu sobrinho olhava sem perceber bem o porquê de tanta agitação, embora soubesse que algo se passava. E eu... eu ri-me, claro. Discretamente.

PS: desde quando se dão prendas na Páscoa (excepto eventualmente padrinhos/madrinhas)? Estes meus sobrinhos vão ficar estragados.

I'll Follow The Sun

And now the time has come
And so my love I must go
And though I loose a friend
In the end you will know.

(Lennon/McCartney)

19.4.06

Link

Porque raios o link para o Black Jack volta e meia não funciona? Não, não é erro meu. Enfim, se aparecer outra página do Casino de Vilamoura, cliquem na coluna à esquerda em "Ambientes" e depois em "Discoteca Black Jack". Não é que o link valha assim tanto a pena, mas está a irritar-me que vá parar a outra página do site. Pronto.

Estou a precisar de mais férias :D

Margaritas e outras imagens




Imagens, 6 a 10 de Abril 2006
Jantei no Rosa's Cantina na 6ª feira. Gostei muito (e eu sou esquisito no que toca a comida mexicana), portanto recomendo. Margaritas de morango fantásticas.
Nos menus tinha indicação de site (aqui), mas deve estar desactivado. Em alternativa podem ver as informações principais aqui.

Porto a vencer em Alvalade e (quase) campeão nacional. Grazie, Jorginho!

Preparando a praia na sexta à tarde para a "enchente" do dia seguinte (início das férias da Páscoa).

Black Jack, 7 Abril 2006.

E ainda vi o Manchester-Arsenal aqui, com um adepto do Manchester a beber 3 canecas de meio litro a cada 20 minutos.

Só não gostei de uma coisa: andei muito... turista. Marina, esplanada do Sete, bifes & bifas everywhere, Oura, Black Jack, tudo muito previsível. Enfim, há coisas piores, claro. Podia andar muito turista cá pelo Porto! lol

2.4.06

Não fazia a mínima ideia...

...deste massacre em Lisboa há 500 anos atrás. Já agora recomenda-se todo o blog Rua da Judiaria, que é muito interessante. E que me levou a descobrir um outro blog, Saudi Jeans, de um muçulmano moderado, que nos permite perceber melhor as sociedades islâmicas sem necessidade de jogos de futebol freitistas.

30.3.06

Trabalhar para aquecer, não trabalhar para refrescar




País com menor taxa de desemprego do mundo: Andorra (0%)

foto de Andorra



País com maior taxa de desemprego do mundo: Nauru (90%)
foto de Nauru, Pacífico Sul
Fonte: PPI

Spam do dia - VI

Subject: Thanks 4 last night.
Deve ter sido mau, porque não me lembro :D

24.3.06

Natal é (quase) todos os dias


"Se ao menos Deus me desse um sinal claro! Como um grande depósito em meu nome numa conta suíça."
Woody Allen, in "Sem Penas", livro altamente recomendado pela Gerência
.
Há uns dias fui a uma caixa multibanco e, como tantas vezes antes, pedi uma normalíssima consulta de movimentos de conta. E surgiu-me a bela surpresa em anexo. Alguma alma caridosa transferiu para a minha conta a módica quantia de 11.349,75€ (este valor merece estar por extenso: onze mil trezentos e quarenta e nove euros e setenta e cinco cêntimos). Bom, há coisas piores... A verdade é que eu puxei e puxei pela cabeça, na esperança de encontrar um motivo para ficar com o dinheirinho, mas não encontrei nenhuma razão para receber tal quantia.
.
Deus não foi: a conta é portuguesíssima (não sou familiar do Isaltino) e o depósito não é assim tão grande que denuncie intervenção divina (sem querer desdenhar o valor, note-se).
.
Será um destes novos concursos da SIC em que se está a jogar sem saber? Se sim, já acabou ou ainda posso continuar a jogar?
.
Ou terá sido um admirador secreto deste blog? Ou, melhor ainda, uma admiradora secreta? Se for, que deixe de ser tímida e se identifique, que com prendas destas temos de nos conhecer melhor.
.
Nota: sim, sim, já fui ao banco; disseram-me o que já temia, isto é, que por vezes acontecem erros destes (basta um engano num algarismo de NIB) e que depois me avisavam. Fiquei contentíssimo, como imaginam...

14.3.06

Erotismo, Junta de Freguesia do Rochoso, Prof. Marcelo, Manuela Moura Guedes e Abrupto

"A Portugal Telecom (PT) leva, hoje, à praça, no Tribunal da Guarda, três terrenos penhorados à Junta de Freguesia do Rochoso para cobrar parte de uma dívida superior a 50 mil euros, mais juros de mora contabilizados desde 1998. Uma conta de telefone avultada que resultou das chamadas eróticas efectuadas por um anterior presidente da Junta, que se demitiu pouco depois de rebentar o escândalo."
A notícia completa aqui, com interessantes questões levantadas: a Junta é responsabilizável pelos actos do ex-presidente? Apesar de ter um orçamento e património minúsculos? A PT pode tentar penhorar a sede da Junta ou outros equipamentos que são essenciais para uma entidade autárquica funcionar? Como trabalha depois a Junta? E o Estado Central, não tem nada a dizer? Aceita alegremente que uma entidade pública tenha esta dívida há 8 anos? De mais a mais sendo um órgão autárquico? O Prof. Marcelo, já se pronunciou? Qual foi a boca da Manuela Moura Guedes quando noticiou este caso em 1998? Se se arranjar uma foto do ex-presidente a trabalhar na Junta, o Abrupto publica?

E esta violência, também é compreensível?

"O norte-americano Tom Fox, que se encontrava entre quatro activistas da paz raptados no ano passado no Iraque, foi quinta-feira encontrado morto no bairro de Mansour, em Bagdad, anunciou ontem a polícia. Segundo as autoridades, existem indícios de que teria sido espancado e torturado antes de ter sido assassinado a tiro."
in Público online, 12.03.2006

9.3.06

Ó Maria de Jesus, despacha-te!

"O candidato presidencial derrotado e ex-Presidente da República Mário Soares abandonou hoje a Assembleia da República sem cumprimentar o empossado novo Chefe de Estado, Cavaco Silva, e recusando-se a prestar quaisquer declarações aos jornalistas. [...] No entanto, Mário Soares acabou por ter um contratempo, porque se dirigiu às escadas de saída, mas a sua mulher ficou a falar algum tempo com o ex-chefe de Estado de Moçambique Joaquim Chissano. Sozinho nas escadas, o candidato que ficou em terceiro lugar nas últimas presidenciais, com cerca de 14 por cento dos votos, pediu a um dos seus seguranças pessoais para chamar Maria de Jesus Barroso." in Lusa/Público online

Tem-se notado muito...

... que eu ando sem muito tempo para escrever?

Spam do dia - V

Subject: Friends will envy you
Cambada de invejosos! É só inbeija!

8.3.06

Spam do dia - IV

Subject: Will expire today!
-Sensattional revolution in meedicine!
-E-nlarge your p-enis up to 10 cm or up to 4 inches!
-It's herbal solution what hasn't side effect, but has 100% guaranteeed results!
-Don’t loose your chance and but know wihtout doubts, you will be impressed with results!!!
Clisk h-ere:
http://select-a-dentist.info

Select a... dentist?! Select a dentist?!?!?!?!

Sex Pistols

Epítome do movimento punk: No future, no future, no future for you!
Foi a única música punk a chegar a nº 1 do top britânico.

Video Code provided by VideoCodeZone.Com

4.3.06

Christ and love for 10 dollars a month


Cristo e amor por 10 dólares por mês.
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Confesso, não resisti a ir ver o site. Estava à espera de ver e gozar palettes de rednecks americanos (ou mesmo pior, tipo neocons), da fantástica religious right. Até pensei entitular o post de "Só nos EUA"...
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Mas entrei no site e qual não é o meu espanto quando encontro uma secção dedicada a Portugal. E lá vi umas jovens (e outras nem tanto), solteiras casadoiras, prontas para abraçar Cristo e Amor. Ou, digo eu, paz e felicidade. Mas isso sou eu. A minha costela liberal-social e agnóstica espanta-se com estas coisas.
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Infelizmente, como nos EUA nada é de borla, toca lá a desembolsar 10 dólares/mês. Convenhamos que não é nada.

Spam do dia - II

Subject: Have you ever tried pheromones?
Não. E parece que ninguém pode dizer com segurança que já experimentou...

3.3.06

Porto 2 - Benfica 0

Aqui o Porto ganhou 2-0 e o Benfica falhou dois de baliza aberta. Também não havia guarda-redes, se calhar foi isso.

Spam do dia - I

Subject: Get a body like Brad Pitt!
Com um link para um site de máquinas de musculação e afins. Como terão obtido o meu email?
(cuidado com os comentários...)

28.2.06

Early Morning Blogs 1


O meu amigo Xikote ajudou a organizar mais uma festa com boa música dos anos 80 e 90, com direito a projecção de imagens míticas da minha infância e adolescência: McGyver, Knight Rider, Mr. T, Atari 16K (!), golo do Maradona contra a Inglaterra no Mundial'86 e, claro, o golo do Madjer em Viena (yes!).
Depois de uma memorável passagem de ano que milagrosamente foi tolerada pelos vizinhos até os galos cantarem (não na festa, claro, mas lá onde eles cantam), foi a vez de uma festa que me levou pela primeira vez a entrar no Teatro Sá da Bandeira (estranho ver uma plateia sem cadeiras, mas o contraste disco/teatro antigo resultou). E desta vez sem escadas, embora as rampas fossem perigosamente inclinadas (private joke).
Antes já tinha feito uma paragem para abastecimento num multibanco, onde me apareceu uma bruxa simpática (pronto, R., muito simpática), que mais para o fim da noite me obrigou a ir ao Pop (eu não queria nada, claro) que como sempre estava em grande, num Carnaval com tema greco-romano.
Xikote, fico à espera de uma festa de Verão. Ou melhor, de Primavera, que é mais cedo ;)

27.2.06

Hamas democrático

Há uns tempos (sobretudo na parte III do post O Grande Problema de hoje) defendi que, por paradoxal que pudesse parecer, a vitória do Hamas poderia ser uma grande vitória da Democracia sobre o terrorismo. E isso devido à realpolitik das pressões internas e externas para a institucionalização e moderação do movimento.
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Internamente, os palestinianos puniram nas eleições a Fatah, a sua corrupção, a sua incapacidade para resolver os problemas. Em consequência, esperam do Hamas, que sempre se assumiu como moralmente superior, a melhoria da Administração Pública, o desenvolvimento, a liberdade, a segurança, o orgulho e a dignidade. Não é pouco!
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Por isso precisa de todo o apoio que conseguir. Financeiro mas também político, muçulmano mas também "infiel". Ora externamente as pressões norte-americanas e europeias têm sido no sentido do Hamas aceitar as regras do jogo democrático (estas foram as primeiras eleições em que participou, salvo erro), moderar as suas posições, repensar a aceitação do direito à existência de Israel. Numa palavra, democratizar-se.
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A verdade é que a evolução tem sido nesse sentido:
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«O designado primeiro-ministro palestiniano, Ismail Haniya, afirmou numa entrevista ontem publicada pelo diário norte-americano Washington Post que o Hamas considera uma "paz em estádios" caso Israel retire para as fronteiras de 1967. Esta paz em estádios, explicou, seria uma "trégua de longo termo", já antes prometida pelo líder espiritual do movimento, o xeque Ahmed Yassin. Quando questionado pela jornalista do Post e da Newsweek sobre se esta paz significaria a eliminação do povo judeu, Hanyia respondeu: "Não queremos atirá-los para o mar. Queremos a nossa terra de volta".
[...] Ainda ontem, os Estados Unidos afirmaram que não vão cortar na ajuda humanitária aos palestinianos.A promessa foi feita pelo responsável do Departamento de Estado David Welch, num encontro com o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas. Os Estados Unidos "são há muito um apoiante do povo palestiniano (...) e continuarão a apoiar o povo palestiniano nas suas necessidades humanitárias", garantiu Welch. Abbas aproveitou, por seu lado, para apelar à comunidade internacional para que não isole o Hamas, elogiando o escolhido pelo movimento para o cargo de primeiro-ministro, um pessoa "flexível e diplomática". "Eles vão ouvir muitas coisas que os farão pensar na sua posição política".
In Público, 27.02.2006
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Obviamente que tal não será fácil. O Ocidente tem de gerir um equilíbrio delicado entre firmeza convicta e flexilidade inteligente. Mas parece-me que isso tem sido conseguido (excluo o nosso Governo infra-chamberlainiano, a que já me referi na parte IV do tal post) . E se for um êxito, será um enorme êxito.

26.2.06

Miséria nacional... intelectual!

Ou pelo menos miserabilismo. Vasco Pulido Valente meteu-se a falar de futebol. Com o seu habitual pessimismo que de tudo diz mal, notou que a maioria dos jogadores da selecção nacional dava os toques na bola em país estrangeiro e considerou-o um «retrato da miséria nacional».

Mas por acaso isso verifica-se apenas em Portugal? Então a França, a Alemanha, a Holanda ou a Suécia, que têm os jogadores das suas selecções igualmente espalhados por ligas estrangeiras, têm uma miséria nacional semelhante à que vpv tão sistematicamente denuncia como nossa? Ou será que não estamos tão mal quanto vpv vocifera? Ou, mais simplesmente, será que vpv foi acometido do "Síndrome-de-Dirigente-do-Bloco-de-Esquerda" e lhe deu para falar de tudo, incluindo do que claramente não sabe?

23.2.06

Pardon?

A propósito de meter expressões estrangeiras nas minhas frases, lembrei-me que o meu pai não tinha tanta queda para as línguas. No inglês safava-se bem, mas o espanhol transformava-se em portunhol - mas também sem o portunhol nem parece que somos independentes - e o francês... bem, o francês... enfim, avaliem vocês mesmos.
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Uma vez ele queria dizer "agora não, eu vou depois" em francês e saiu-lhe o seguinte: "alors non, je vais depuis". O som é parecido ao português mas infelizmente significa "nesse caso não, eu vou desde"... Imaginem a cara do franciú a perguntar: pardon? E o meu pai a repetir, convicto: "alors non, je vais depuis!"
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Mas no que toca a traduções, nada como aquela cena do filme dos Goonies: empregada mexicana nova e a dona de casa pede ao Mouth para traduzir.
- Aqui os lençóis, ali toalhas, ...
E ele, tranquilo:
- Aquí la cocaína, allí la heroína... jamás mesclar, porqué si no!
E a empregada, em pânico:
- Es una casa de locos!
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E pronto, esta expressão ficou. Sempre que havia alguma confusão em casa, eu ou um dos meus irmãos dizia logo: Es una casa de locos! O facto do culpado ser provavelmente um de nós era um mero pormenor...

19.2.06

Nas últimas imagens...

... do último episódio de Seinfeld puseram esta música de fundo. I hope you had the time of your life. Se eles não tiveram a fazer, tivemos nós a ver. TV time, of course.

A minha avó e João Carlos Espada

Sábado, fim da tarde: a minha avó, a um mês de fazer 90 anos, a ler a crónica do João Carlos Espada no Expresso. Ah, grande avó!
Nota aos meus amigos de Esquerda: não, não fui eu que a obriguei.

16.2.06

Tripeiro nato

Fui fazer um teste de tripeirismo e o resultado foi este:
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Tripeiro nato
Você é um homem/mulher do Norte! Não há nada que lhe escape: que ninguém pense em abordá-lo com falinhas mansas sem um cimbalino e uma francesinha na mão! Para si, tudo o que não esteja num raio de cinco quilómetros a volta da Torre dos Clérigos é paisagem. Aprovado com distinção neste teste de Portualidade já pode ir contando com um convite para ser o rei/rainha da noite de S. João.
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O mais engraçado é que o teste obriga a saber as expressões correspondentes no dialecto alfacinha. Por exemplo, para além de saber o que é um cimbalino ou um lanche, é preciso saber o que é uma bica ou uma merendinha para acertar nas perguntas. Portanto não é só um teste de portualidade ou tripeirismo, é também de alfacinhismo (acho que acabei de inventar uma palavra) ou de ambos combinados. O que me valeu foi que eu já tive a minha dose de Lisboa (cidade de que gosto, diga-se). Uma vez pedi um Napoleão numa confeitaria (perdão, pastelaria) e a senhora ficou a olhar para mim. Depois apontei para o bolo e ela chamou-lhe outra coisa qualquer que já me esqueci. E quando descobri que em Lisboa não sabiam o que era um trengo? Isso é que foi: "Eh, pá, parabéns, hoje tás.. bem... totalmente trenga!" (com o meu melhor sorriso).

Quem será a mãe?

"O Prof. Galopim de Carvalho, também chamado pai dos dinossauros, [...]".
Ouvido na TSF, 15.02.2006

15.2.06

MST premiado

O livro "Equador", de Miguel Sousa Tavares, conquistou em Itália o prémio literário Grinzane Cavour 2006. O prémio é considerado um dos quatro mais importantes em Itália e o mais prestigiado para a literatura estrangeira publicada no país.A escolha dos vencedores é decidida por um duplo sistema: a selecção feita pelos críticos (escritores, jornalistas culturais e críticos literários) e o voto popular, constituído por leitores entre os estudantes de italiano de várias instituições nacionais e estrangeiras (Berlim, Bruxelas, Paris, Moscovo, Praga, Estocolmo, Tóquio, Cairo, Buenos Aires e Salamanca).
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Há uns tempos perguntaram a MST numa entrevista como tinha sido a reacção dos críticos literários à incursão do jornalista pela ficção. Ele sorriu e disse que se definia como contador de histórias (salvo erro), para não incomodar ninguém com uma auto-definição como escritor... E notou que nunca tinha sido convidado para os 3 ou 4 programas televisivos de literatura existentes. Será que agora, com o “reconhecimento internacional”, o vão convidar? Seria interessante. E revelador.

T-shirts

«O ministro das Reformas do Governo italiano, Roberto Calderoli, mandou fazer "t-shirts" com reproduções das polémicas caricaturas sobre Maomé publicadas por alguns jornais europeus.

"Mandei confeccionar 't-shirts' com as caricaturas contestadas pelo Islão e vou usá-las a partir de hoje", afirmou Calderoli em declarações à agência noticiosa italiana Ansa.O governante faz parte da Liga do Norte, partido que integra a coligação governamental do Executivo presidido por Silvio Berlusconi e que é conhecido pelas suas tomadas de posição xenófobas. "Estou pronto para oferecê-las a quem as pedir", acrescentou Calderoli, recusando que o seu gesto possa ser entendido como uma provocação.
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"É preciso acabar com esta fábula de que é necessário dialogar com estas pessoas. Querem humilhar-nos. É tudo", afirmou o governante. [...]
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"É necessário pôr fim a esta tendência de baixar as calças e às distinções hipócritas entre Islão terrorista e Islão pacífico", concluiu Calderoli.»


in Público online, 15.02.2006

No post O grande problema de hoje - parte IV disse que o Ocidente devia usar firmeza e inteligência. Adivinhem o que falta aqui...

14.2.06

Manias

«Cada bloguista participante tem de enumerar cinco manias suas, hábitos muito pessoais que os diferenciem do comum dos mortais. E além de dar ao público conhecimento dessas particularidades, tem de escolher cinco outros bloguistas para entrarem, igualmente, no jogo, não se esquecendo de deixar nos respectivos blogues aviso do "recrutamento". Além disso, cada participante deve reproduzir este "regulamento" no seu blogue.»
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O Ricardo do Filho do 25 de Abril passou-me esta corrente. Não gosto nada de correntes, mas esta até achei piada. E acorrentado revelo:
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1. Mapas. Adoro mapas, de países, cidades, tudo. Adoro mapas e atlas antigos. Tenho obras sobre a evolução dos mapas políticos da Europa. Em miúdo devorava Atlas e globos (salvo seja). E ainda hoje não percebo como é que as pessoas nunca ouviram falar no enclave de Kaliningrado (caramba, aquilo já deu uma guerra e até pode dar outra de novo).
Um mapa é a primeira coisa que arranjo quando vou viajar, de preferência ainda cá ou então mal chego ao destino. Um excelente site para programar um itinerário, com direito a mapas de estradas e ruas pormenorizados, indicando pontos de referência, é o do Automóvel Clube britânico (procurem o advanced route planner). E até tem os sentidos de trânsito, o que me teria dado bastante jeito daquela vez que entrei numa avenida de três faixas... todas em sentido contrário, infelizmente! Que querem, pelo mapa fazia sentido virar ali!...
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2. Tenho uma maneira especial de segurar um livro ou jornal quando estou a ler. Seguro por cima, com o cotovelo apoiado no joelho ou na coxa, assim:
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3. Tenho a mania de fazer caretas (involuntárias) quando estou a pensar compenetradamente.
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4. Tenho o tique de estar sempre a bater com os nós dos dedos nos dentes (sim, leram bem).
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5. Tenho a mania de meter expressões em línguas estrangeiras no meio do que digo. Preferidas: I rest my case, no way, you're out! (adoro esta), grazie, ah non je pèse! (esta é private), private, etc., etc., etc.
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Caro Ricardo, isto não se faz... Mas como diz o ditado, faz aos outros o que não queiras que te façam a ti. Hm, não é bem assim, pois não? Enfim, passo a corrente a:
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1. Freddy, da Zona Franca
2. Armando, da Fábrica
3. Carlos, do Micróbio
5. António A. Antunes, do Saco Cheio Não Dobra
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Pensei em passar a alguns outros bloggers interessantes, mas os seus blogs não dão muito para este tipo de coisa. Mas quem quiser, força!!! Por exemplo, gladiadores, lagoa_azul, meninamarota, workbuy, o raio, cp, i, vasco neves, mixtu, nina, poesia portuguesa, ...

11.2.06

I rest my case

«Seis das doze caricaturas do profeta Maomé foram publicadas no Egipto, em Outubro, sem levantar a menor polémica, afirmou ontem o embaixador dinamarquês no Cairo. A reacção surgiu dois meses depois, quando os líderes muçulmanos reunidos num encontro da Organização da Conferência Islâmica (OCI) coordenaram estratégias e "cristalizaram" a crise, revelou o jornal The New York Times. Só então a revolta começou a sair à rua, com o apoio de vários governos.
[...]
Esta informação ajuda a sustentar a tese de que existe uma forte manipulação política por detrás das manifestações a que se tem vindo a assistir em vários países.
[...]
Para Sari Hanafi, da Universidade Americana de Beirute, os regimes árabes que estavam ressentidos com a pressão ocidental de democratização viram aqui uma oportunidade. As manifestações que se seguiram "desencadearam uma reacção visceral - claro que se sentiram ofendidos - e depois tínhamos regimes a tirar partido, a dizer: "Vejam, é desta democracia que eles falam"", comentou.»

In Público online, hoje.

10.2.06

O grande problema de hoje - parte IV

Nem de propósito, o tipo de reacção que o Ocidente deve adoptar face ao extremismo islâmico tem estado em cima da mesa nos últimos dias.

A questão dos cartoons dinamarqueses liga-se, claro, à do Hamas, porque refere-se à posição dos ocidentais face ao extremismo e ao terrorismo religiosos.

E para mim a posição só pode ser uma: firmeza inteligente. Firmeza nos princípios fundamentais, inteligência na definição táctica.

A firmeza nos princípios fundamentais é imprescindível. Não podemos sacrificar as nossas liberdades à segurança (ou melhor, à ameaça do seu fim às mãos do terrorismo). Não podemos, muito menos, envergonharmo-nos delas. A Dinamarca é dos países mais tolerantes do mundo, que aceita a diferença e respeita a opinião contrária, que protege os desfavorecidos e acolhe os imigrantes, que acredita na liberdade de expressão e rejeita a ingerência do poder político nas esferas que lhe estão proibidas na Lei, que protege o indivíduo face ao abuso dos colectivos e rejeita o totalitarismo, tudo conforme as normas básicas de um Estado de Direito que se orgulha ser. E que todos nos devemos orgulhar de apoiar.

A Dinamarca é a liberdade. Imperfeita, melhorável, mas a liberdade. E a dignidade da pessoa humana.

Ora, o que são os extremistas? Sem rodeios: são o Totalitarismo, a mundividência cuja afirmação exige a negação das demais mundividências, a verdade única de auto-proclamada “vanguarda moral” do povo islâmico.

Naturalmente, o confronto com tal totalitarismo assusta-nos. Já teve etapas sangrentas. Queremos evitá-lo. Esperamos evitá-lo.

O problema é que o confronto interessa aos extremistas. O pior que pode acontecer aos extremistas é a dita normalidade democrática. Eles vivem do ódio e da turbulência, não do respeito democrático nem da tranquilidade. E por isso agitarão as massas sempre que se sentirem ameaçados.

Ora, o AKP rejeitou o extremismo na Turquia depois de ter chegado ao poder, a Fatah rejeitou o extremismo na Palestina depois de ter chegado ao poder, o Hamas começou já a ser pressionado (interna e externamente, como referi na parte III) a seguir idêntico caminho. No Afeganistão e no Iraque houve eleições democráticas. E também no Egipto e na Arábia Saudita (onde não houve invasão americana). No Líbano renasce a esperança.

Estas são boas notícias para nós – mas péssimas para os extremistas. É aqui, portanto, que vamos ser postos à prova. Nisto:

- Mantermo-nos firmes na defesa dos nossos valores de liberdade, democracia e dignidade da pessoa humana;
- Persistir nos esforços de democratização, estabilização e desenvolvimento do Médio Oriente, com a inteligência táctica de aceitar vitórias parciais mas progressivas em direcção ao objectivo final ;
- Pressionar israelitas e palestinianos para um acordo, aplaudindo cada sucesso, tendo cuidado para não vexar nem humilhar, pressionando para o evitamento de conflitos, lembrando a pressão e a esperança dos respectivos povos e do mundo.

No caso concreto dos cartoons, é preciso portanto que:

- Se repudie toda a violência resultante;
- Se rejeite como possível solução a ingerência de um governo na delimitação directa da liberdade de expressão, à margem do estipulado prévia e taxativamente na Lei;
- Se admita que os cartoons são de mau-gosto e susceptíveis de ofender os muçulmanos;
- Se afirme, no entanto, que o reconhecimento da liberdade passa, justamente, por respeitar aquilo com o qual à partida não concordamos.
- Voltando ao início, se insista que estas são as formas de organização das nossas sociedades pelas quais nos regemos e nos continuaremos a reger.

Firmeza nos princípios, inteligência nas tácticas. O nosso Ministro dos Negócios Estrangeiros não percebeu nem uma nem outra. Pior, subverteu-as. No que deveria ser firme, foi abaixo de mole – foi omisso, inexistente. Não ter feito uma única referência à inaceitável violência dos extremistas é imperdoável. No que deveria ser inteligente, jogando com as margens tácticas para cumprir a estratégia principal, foi inepto – enveredou por um suposto apaziguamento que soou inevitavelmente a cedência, sem sequer a mínima contracedência da outra parte. Foi Chamberlain sem sequer a aparência de Munique.

8.2.06

Ups...

Meti-me no Html e fiz asneira... Vamos lá ver se consigo corrigir!

O grande problema de hoje - parte III

Como pode a vitória do Hamas conduzir a uma vitória da Democracia sobre o terrorismo?

Real politik: o exercício do poder obrigará o Hamas a lidar com as pressões internas e externas. O que ocorrerá pela primeira vez (pormenor importante).

As pressões internas serão no sentido do milagre. Os palestinianos querem mais, muito mais, do que aquilo que têm neste momento. Querem paz, desenvolvimento, fim da corrupção. Mas também território, orgulho, dignidade. A Fatah falhou em todos estes campos. É claro que Israel não ajudou propriamente a Autoridade Palestiniana e a Fatah (muro de divisão, atentados a dirigentes radicais - por vezes atingindo inocentes -, constrangimentos económicos, etc), mas colocar-se-á sempre a questão do ovo e da galinha: quem "nasceu" primeiro, os atentados de radicais palestinianos ou os atentados israelitas?

Independentemente disso, a Fatah, aos olhos palestinianos, falhou. A vitória do Hamas, portanto, é uma vitória de uma imensa esperança. Do Hamas, como disse, os palestinianos esperam o milagre. Que, de resto, lhes foi prometido pelo Hamas.

No plano externo, claro está, as pressões serão no sentido da paz. Este objectivo, no entanto, é bastante genérico. Há vários tipos possíveis de paz. O Hamas diz que quer a paz - só que para o Hamas a paz implica o fim de Israel, com a região apenas para os muçulmanos. E Israel também quer a paz, mas mantendo a existência com o máximo possível de território. Em que sentido pode a comunidade internacional pressionar? Pode escolher um modelo de paz e pressionar as partes no sentido da sua aceitação? Ou deve limitar-se a promover negociações e esperar que as partes cheguem a acordo? Porventura começar por este último e, durante o processo, procurar mudar para o primeiro, como tem sido tradição.

A verdade é que estas pressões internas e externas serão uma novidade para o Hamas. E, para mim, vão interligar-se e interdepender-se.

De facto, o sucesso do Hamas em cumprir as esperanças internas depende da relação com Israel e com a comunidade internacional. Por exemplo, nas primeiras declarações do Hamas após a ameaça da UE em pôr fim à ajuda financeira que neste momento presta à Autoridade Palestiniana, os seus dirigentes desdenharam tal ajuda, por ser pouco importante e por poder ser colmatada com ajuda dos países islâmicos. Mas não rejeitaram a ajuda europeia, apenas disseram algo como "se quiserem, retirem-na". E não rejeitaram porque sabem que ela é importante para a economia palestiniana e que dificilmente os países islâmicos poderiam compensar a sua perda. Jogam, portanto, no bluff - mas estarão certamente preocupados devido às tais pressões internas para o desenvolvimento económico.

No fundo, a minha tese é esta: para responder às aspirações internas, o Hamas terá que ser realista no relacionamento com Israel e com o Ocidente. Como o foi a Fatah. Convém não esquecer que a Fatah já foi tão radical e terrorista como o Hamas. Mas, com o decurso das negociações, foi moderando o discurso e a acção (com ambiguidades em ambos, diz Israel).

A esperança é esta: que também o Hamas faça caminho idêntico. Como disse na parte II, o Hamas não é um conjunto de barbudos terroristas ignorantes. São extremistas, mas contam entre si académicos e intelectuais (nota: se a nós isto parece contraditório, lembremo-nos do fascínio que o totalitarismo comunista exerceu sobre tantos intelectuais ocidentais).
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Daí a vitória possível da Democracia sobre o extremismo islâmico: se o Hamas começar a moderar as suas posições, a trabalhar para a paz e o desenvolvimento, a abrir-se para o mundo, continuando a aceitar o jogo democrático na Palestina (o que é recente, visto que inicialmente recusou participar em eleições para uma Autoridade que considera insuficiente), então a Democracia terá vencido esta pequena mas porventura decisiva batalha.

Àqueles que neste momento me consideram lírico ou ingénuo, relembro as declarações de alguns dirigentes do Hamas após as primeiras reacções internacionais. A própria admissão de umas tréguas com Israel é já uma primeira cedência. Ou pelo menos moderação. As tréguas servirão para negociar, pública ou secretamente. O que é um primeiro passo.

A posição dos ocidentais nesta matéria é fundamental. Porque dela poderá resultar o desfecho. A ela me referirei no próximo post.

6.2.06

Bob Marley

A sempre atenta Fábrica lembrou-me que hoje Bob Marley faria 61 anos, se fosse vivo. Em homenagem a ele e no espírito dos últimos posts que aqui escrevi, fiquem com os fantásticos som e vídeo de "One Love".

4.2.06

O grande problema de hoje - intervalo!


Para desanuviar da situação no Médio Oriente (mas bastante a propósito), mais uma citação de Winston Churchill:

Fanático é aquele que não consegue mudar de ideias e que não aceita mudar de assunto.

Mais nada...


Próximos posts: o Hamas e a Democracia; a questão dos cartoons com Maomé e consequente ataque islâmico à liberdade na Dinamarca; a atitude necessária nos países ocidentais.