4.1.10

Recovered from translation

Tradução do discurso de Ano Novo do Presidente da República:

"E disse também que Portugal gastava em cada ano muito mais do que aquilo que produzia."

Já venho avisando há muito tempo para o problema do défice orçamental, mas este Governo, em particular, parece não ligar nada ao assunto.

"Falo aos Portugueses quando entendo que o interesse do País o justifica e faço-o sempre com um imperativo: nunca vender ilusões nem esconder a realidade do País."

O Governo vende ilusões (a maior central fotovoltaica, a primeira central de energia das ondas do mar, as medidas governamentais que melhor ajudaram a Economia, o país na Europa que primeiro saiu da crise, etc etc etc), eu falo da realidade.

"Em nome da verdade, tenho a obrigação de alertar os Portugueses para a situação difícil em que o País se encontra e para os desafios que colectivamente enfrentamos."

Não julguem que a Manuela Ferreira Leite não tinha razão com esta história da verdade...


E agora let's talk politics:

"Ao longo do último ano, o desemprego subiu acentuadamente, atingindo, no terceiro trimestre, 548 mil pessoas. Quase 20% dos jovens estavam desempregados."

"A dívida do Estado tem vindo a crescer a ritmo acentuado e aproxima-se de um nível perigoso.

O endividamento do País ao estrangeiro tem vindo a aumentar de forma muito rápida, atingindo já níveis preocupantes.

Acresce que o tempo das taxas de juro baixas não demorará muito a chegar ao fim.

Se o desequilíbrio das nossas contas externas continuar ao ritmo dos últimos anos, o nosso futuro, o futuro dos nossos filhos, ficará seriamente hipotecado.

Quando gastamos mais do que produzimos, há sempre um momento em que alguém tem de pagar a factura."


E agora especialmente para si, Sr. Primeiro-Ministro:

"O exemplo deve vir de cima."

Caramba, até a mim me doeu! E foi na mouche, claro.

"O País real, que quer trabalhar, que quer uma vida melhor, espera que os agentes políticos deixem de lado as querelas artificiais, que em nada resolvem os verdadeiros problemas das pessoas.

É tempo de nos concentrarmos naquilo que é essencial, com destaque para o combate ao desemprego.

Não é tempo de inventarmos desculpas para deixarmos de fazer o que deve ser feito.Estamos perante uma das encruzilhadas mais decisivas da nossa história recente. É por isso que, em consciência, não posso ficar calado."

Perceberam ou querem que faça um desenho?

"Em face da gravidade da situação, é preciso fazer escolhas, temos de estabelecer com clareza as nossas prioridades. Os dinheiros públicos não chegam para tudo e não nos podemos dar ao luxo de os desperdiçar."

Esta é para quem acha que basta aumentar a despesa pública para haver crescimento económico ("o Keynes, pá, nunca ouviste falar do Keynes?")

"Recordo o que tenho vindo insistentemente a defender. Nas circunstâncias actuais, considero que o caminho do nosso futuro tem de assentar em duas prioridades fundamentais.

Por um lado, o reforço da competitividade externa das nossas empresas e o aumento da produção de bens e serviços que concorrem com a produção estrangeira."

Chama-se a isto estar a milhas de distância do novo aeroporto, TGV, apostas artificiais em sectores da economia "inovadores" que não têm seguimento no mercado, Magalhães, ...

"Por outro lado, o apoio social aos mais vulneráveis e desprotegidos e às vítimas da crise.

Percebeste como se faz um discurso político de oposição, Manuela?
.