23.8.06

É preciso topete!!

E uma última sugestão...
Ó Freitas do Amaral, o que é isto? Das duas, uma: ou a família trabalhava no Gabinete ou o motorista trabalhava para a família (e não devia estar na lista de salários do Estado, portanto). Agora esta confusão... Desviar um "motorista do meu Gabinete" para "apoio automóvel à minha família directa" é que não!

17.8.06

Oh, não!














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Sábado. 12h40. Ligo os telemóveis (dois). Em cada um, cinco chamadas perdidas de um amigo meu. Liguei-lhe logo! Teria acontecido alguma coisa? Estaria ele bem? Ele atende-me nas calmas: "olá, bom dia, então tás bom?" etc e tal.
"Uou, stop. Ligaste-me cinco vezes para cada telemóvel. Que se passa?"
"Ah pá, tinha dois bilhetes de graça para os Rolling Stones, hoje à noite, no Dragão, e lembrei-me de ti. Mas como daqui a pouco saio para o Algarve, tinha mesmo de despachar os bilhetes nos minutos seguintes. Como tinhas os telemóveis desligados, liguei a outra pessoa, que ficou com eles, vou agora entregá-los e sigo para baixo."
Compreendem agora o melão? Por 15 minutos perdi bilhetes de graça, à borliú, nada!
Depois veio a chamada crença consonante: "paciência, não tem mal, já os vi em 2003 em Coimbra". Pois, pois... Grande melão...

8.8.06

E agora para algo completamente diferente...

No início de Fevereiro, neste blog, escrevi 4 posts sobre o Médio Oriente - nomeadamente sobre a vitória do Hamas nas eleições palestinianas -, a que chamei "O Grande Problema de Hoje", partes I, II, III e IV (tipo filme lol!). E no final desse mês escrevi um post intitulado "Hamas democrático".

Tinha muita esperança que a vitória do Hamas nas eleições palestinianas pudesse representar uma oportunidade de moderar os radicais palestinianos, agora sujeitos à pressão de ter de governar bem. Até aí, o Hamas era o movimento extremista que prometia tudo aos palestinianos: dignidade, território, fim da corrupção, administração eficiente. Em tudo isso a Fatah, partido de Yasser Arafat, falhara. Mas com tantas promessas, as expectativas dos palestinianos com a vitória do Hamas eram (e são) elevadíssimas. E o Hamas tinha agora de passar das palavras aos actos, gerindo bem a Autoridade Palestiniana. Esta pressão interna era importante, porque para bem governar a Palestina o Hamas não podia ignorar Israel ou o Ocidente, por razões logísticas e, até, financeiras (as ajudas financeiras do Ocidente eram vitais).

Para além desta pressão interna, começou igualmente a pressão externa. Europa, Estados Unidos e países islâmicos mais moderados começaram a pressionar o Hamas no sentido da moderação e da negociação com Israel.

Quem se quiser lembrar desses tempos que leia os posts que referi, do início de Fevereiro. Apenas relembro o que era a minha esperança: que essas pressões conduzissem à moderação (ou, melhor ainda, à democratização) do Hamas, um pouco como tinha sucedido à Fatah depois de assumir o governo da Autoridade (embora com muitas ambiguidades).

Para isso, eu achava que era preciso uma mistura de firmeza nos princípios e flexibilidade nas tácticas. Era fundamental que as forças externas - Ocidente, países islâmicos moderados e Israel - pressionassem o Hamas com firmeza, mas procurando evitar "romper a corda". Se aos poucos se conseguisse democratizar o Hamas, teríamos uma vitória fundamental para a melhoria do problema. Os palestinianos poderiam porventura começar a descobrir que não era pela via radical que algum dia chegariam a bom porto - Fatah e Hamas teriam abandonado essa via, em momentos diferentes, com protagonistas diferentes. Enfim, não esperava milagres, mas certamente tinha esperança em melhorias muito significativas.

Os primeiros tempos pareciam indicar que essas forças externas estavam no bom caminho, como escrevi no post Hamas democrático. A União Europeia ameaçou cortar as ajudas, os EUA decidiram esperar para ver. Ambos disseram que não estava em causa a ajuda ao povo palestiniano, mas que ela dependia do caminho que o Hamas quisesse trilhar. Havia firmeza (excepto o patético Freitas do Amaral, com topete e tudo), mas abertura suficiente para manter soluções em cima da mesa.

E a que propósito vem tudo isto? Vem a propósito do ataque israelita ao Hezbollah e ao Líbano.

Este ataque vem deitar por terra a minha esperança, por muitos e bons anos. Compreendo o drama de Israel. Não gostaria de ver terroristas fanáticos ao longo do lado de lá do Rio Minho a raptar portugueses nos arredores de Valença, a lançar rockets sobre Viana do Castelo ou a instruir bombistas suicidas para atacarem um autocarro dos STCP no coração do Porto.

Compreendo. E compreendo que invadir o sul do Líbano pode parecer a solução. E talvez o seja, a curto prazo. Mas a longo prazo apenas vai contribuir para o escalar do conflito. Entrámos numa nova espiral de ataque e contra-ataque, que duvido venha a terminar com os pesadelos de Israel.

Não sei se podíamos pedir a Israel que aguentasse e procurasse um pouco mais a negociação. Não sei se o totalitarismo islâmico algum dia deixará de existir. Não sei se o Hamas ou o Hezbollah algum dia serão movimentos pró-liberdade. Mas sei que não o saberei tão cedo.