16.12.00

A União Europeia no Séc. XXI

[...] Quando a actual Comissão Política do Núcleo Litoral da JSD foi eleita estabeleceu como um dos objectivos principais para o seu mandato a dinamização do debate político, que envolvesse não só os militantes deste Núcleo mas também todas as outras pessoas que se interessem pelos assuntos em discussão.

Assim, tomámos a decisão de organizar um ciclo de conferências intitulado "Os jovens: perspectivas e antevisões".

Como o seu título indica, este ciclo tem dois propósitos: primeiro, discutir temas de interesse para a juventude local - mas não nos limitando aos assuntos que, habitualmente, se associam aos jovens e às organizações políticas de juventude; segundo, ouvir quem disponha de um conhecimento profundo da matéria em debate, para que partilhe connosco a sua perspectiva da realidade actual e a sua antevisão da forma como esta evoluirá no futuro.

Neste quadro, decidimos que a primeira conferência versaria o tema "A União Europeia no Séc. XXI".

Encontramo-nos numa situação algo paradoxal. A União Europeia determina cada vez mais o futuro de Portugal e dos portugueses, ao nível económico, social, político... No entanto, apercebemo-nos de um distanciamento, talvez progressivo, dos jovens face ao projecto de construção europeia. Vemos hoje que falta entusiasmo e convicção ao discurso europeísta, bem como uma eficaz forma de divulgação do mesmo. Faltando isto, aumenta o desconhecimento dos cidadãos europeus neste domínio. E o desconhecimento, nesta como noutras matérias, gera a desconfiança, o receio, a recusa. Vimos isso nos referendos dinamarquês e francês sobre Maastricht. Vimos isso no recente referendo dinamarquês sobre a adesão à moeda única. Vimos isso na recusa dos noruegueses em entrar para a União.

Ora, há dois momentos fundamentais de proximidade entre os cidadãos e os seus representantes políticos: primeiro, o momento da sua escolha - e aqui a Comunidade deu um passo decisivo para essa proximidade ao tornar a escolha dos Deputados ao Parlamento Europeu sujeita a sufrágio directo e universal; mas há um segundo momento, que é o de informar os cidadãos acerca das decisões e dos projectos dos seus líderes políticos - e aqui a União tem falhado (sobretudo a Comissão e o Conselho). Mas só com essa informação se pode tornar a construção europeia na comunhão de um destino de todos e não na sucessão de negociações restritas.

Organizando a conferência de hoje, procuramos dar o nosso contributo para a necessária reaproximação dos jovens ao ideal europeísta, colaborando no seu acesso à informação referida.

Agradeço, em meu nome pessoal e em nome da Comissão Política da JSD Litoral, ao Senhor Dr. Rui Rio e à Senhora Dra. Regina Bastos, pela aceitação do convite que lhes endereçámos para partilharem connosco os seus conhecimentos e as suas opiniões sobre esta matéria. A sua participação nesta conferência é garantia suficiente de um debate de grande interesse e proficuidade.

Agradeço também ao Senhor Eng. Guido Rodrigues por ter aceite moderar o debate que se seguirá às comunicações iniciais. A sua experiência e o seu saber asseguram-nos a condução certa da discussão.

Gostaria também de registar o trabalho inexcedível efectuado pelos restantes membros da Comissão Política na preparação desta conferência - os meus agradecimentos a Diogo Sousa Batista, Alexandra Sousa Martins, Alexandra Taveira Fonseca, Ana Margarida Matono, Célia Santos Ferreira e João Pedro Costa Paulo. E não posso deixar de mencionar e agradecer toda a prestimosa colaboração do meu Amigo Ricardo Freitas Rodrigues, presidente da Mesa do Plenário de Militantes da JSD Litoral.

Agradeço, por fim, a presença de todos os assistentes, que são, no fundo, a principal razão de ser deste ciclo de conferências que agora iniciamos.

Fernando Faria Bravo
Presidente da Comissão Política