22.12.05

Pai Natal como critério de desenvolvimento

Proponho um novo critério para aferir o nível de desenvolvimento de um país: os Pais Natal dos centros comerciais e das grandes lojas.

Já todos vimos os das lojas americanas (se não ao vivo, pelo menos na TV ou no cinema), sentado numa poltrona, a ouvir das criancinhas o que elas querem para o Natal. E já vimos que há sempre o cuidado de escolher bem o "actor" para o papel, a sua roupa e, sobretudo, deixar claro como deve comportar-se (o que nos filmes dá sempre azo a melhores ou piores gags). OK, é por motivos comerciais, mas as crianças mais pequenas ficam mesmo convencidas que ali está o Pai Natal.


Já aqui pelo nosso país... o caso é bem diferente. Há de tudo: aqueles magros como uma top-model em dieta pré-Verão, aqueles vestidos com uma espécie de roupão vermelho deslavado, aqueles que têm uma barba a ver-se o elástico, aqueles com cara de seca maior que a do último Verão, aqueles que mal se levantam da poltrona e ainda à vista de todos começam a falar de futebol ao telemóvel e a tirar o barrete e demais adereços, etc., etc., etc. É aquela falta de rigor, exigência e profissionalismo que nos falta... Por parte dos empresários e dos trabalhadores. Haja brio, que as crianças agradecem: hoje, por causa do Natal; amanhã, porque o que fizermos hoje com a nossa Economia vai-se reflectir no futuro delas.

4 comentários:

Ni disse...

Totalmente de acordo!!!!
Enquanto esperava numa fila para me embrulharem uns livros para oferecer (não, não tenho muita paciência para filas, mas este ano decidi aproveitar o tempo de espera para olhar para as pessoas, sorrir... uma vez que ando sempre a correr para cumprir horários...) vi 'algo' que não sei definir: misto de Pai Natal, fantasia de Carnaval, palhaço (não os palhaços do circo... perante esses, cuja profissão sempre me suscitou o maior carinho e respeito, eu curvo-me...)... e uma mostra de pinturas de uma marca esquisita, em saldo ou fim de colecção... olha... não sei descrever. Que desencanto!

Não admira que as criancinhas pequeninas chorassem ao olhar para...

Nina... (quero um Pai Natal digno... imagem de um país digno... do profissionalismo, como muito bem referiste!)...
...

Suspiro.

...

Nina Castro

bravo disse...

Ainda bem que há quem me compreenda! Esqueci-me de referir esses, os que fazem as crianças chorar. Definitivamente, brio passou a ser uma palavra arcaica...

Menina Marota disse...

Esta é bem a imagem daquilo que temos no País! Nem copiar sabemos de outros, porque não há rigor, não há o orgulho de sermos igusias a nós próprios e fazermos as coisas bem!
Este é um facto nítido em todos os quadrantes da vida dos Portugueses. Não existe orgulho naquilo que domos e no que fazemos!

Com muita pena minha, que até sofro de perfeccionismo...e, ou faço as coisas bem, ou não faço!

Um abraço ;)

bravo disse...

Bom, ainda bem que não fui o único a reparar. Eu nem gosto muito de entrar na onda de dizer mal de tudo neste país, mas esta história dos Pais Natal pareceu-me tão gritante que tive de desabafar.