30.12.06
21.12.06
20.12.06
Escritas com a Foz por fundo
em lembrança de Maria Virgínia
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15.12.06
13.12.06
Desocupado leitor:
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Com esses desenhos animados, fiquei a conhecer o Quixote. E durante muitos anos, o "meu" Quixote era o dessa série. Ou, pelo menos, o dessa série tal como então o vi e tal como o fui desde aí recordando ao longo dos anos. E era bem simples: um velho meio louco, vítima de alucinações frequentes que o metiam em toda a espécie de sarilhos - a ele e ao seu fiel escudeiro, Sancho de seu nome, Pança de sua alcunha e inocente de seu carácter, digo eu (lol).
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Mais tarde, começo a ouvir cada vez mais elogios à famosa obra de Cervantes. O primeiro romance moderno, uma obra que resistia à passagem do tempo, uma obra-prima, etc., etc., etc. Bem, confesso que fiquei curioso e lá ganhei coragem para comprar o livro. Ou melhor, a coragem foi precisa para começar a lê-lo, que são 800 páginas!!
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Ainda não acabei (nem sei se será tão cedo, porque tenho a mania de intercalar livros), mas desde já digo que sem dúvida vale a pena!
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(a continuar)
7.12.06
6.12.06
5.12.06
21.11.06
209 mails...
Adenda: se notarem ausência de resposta minha a algum mail importante vosso, avisem; é que esta razia, como todas, há-de ter deixado as suas marcas. Mas às vezes é preciso.
17.11.06
14.11.06
Marcadores
13.11.06
Quero ver se não comentas este...
AMPL
3.11.06
STOP!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Este blog é um espaço onde digo umas asneiradas que me passam pela cabeça e, mais raramente, digo umas coisas sérias que interessam a poucos.
30.10.06
26.10.06
Restaurantes
S. Martinho do Porto
A CASA - Excelente restaurante, mesmo na marginal, com vista sobre aquela fantástica baía e comida óptima.
Porto Côvo
O MARQUÊS - O único restaurante de jeito em Porto Côvo, dos 3 a que fui. Come-se bem e é de aproveitar a esplanada naquela lindíssima (porque simples e autêntica) praça central.
TASCA DO CELSO - Simplesmente o melhor restaurante das férias. Castiço, comida divinal, atendimento simpático. Não percam a sangria nem, claro, os pratos alentejanos. Têm é de reservar, é pequenino e concorrido. E vejam se conseguem resistir a "levar emprestado" um daqueles cinzeiros de barro a dizer Roubado na Tasca do Celso...
EL CLAVO - Uma agradabilíssima surpresa, só estragada por um final infeliz. A comida era muito boa (pratos de caça, pratos regionais, etc etc), todos muito simpáticos, a carta de vinhos muito bem recheada (com preço a condizer, infelizmente) e não se importaram nada de nos servir almoço às 15h30 (hora espanhola). Só foi pena no fim terem tentado enganar-me com a conta... Olha com quem! Ainda pensei que fosse engano, mas eram dois enganos (12 euros a mais) e, pela reacção quando chamei a atenção, percebi logo que não tinha sido lapso. Resultado: gorjeta zero!
20.10.06
12.10.06
4.10.06
Etiquetas
Cá vão as 6 etiquetas que o Pedro Oliveira me pediu (com um atraso do caraças!):
1. Laranja (óbvio)
2. Azul e branco (ainda mais óbvio)
3. Tripeiro (com o ditongo bem aberto)
4. Noctívago (é de noite que gosto de trabalhar; ah! e divertir também)
5. Convencido (há que dizê-lo com frontalidade)
6. mas sobretudo bom rapaz!
Não passo a ninguém, mas quem quiser... força!
Tantra
15.9.06
Vida de cão...
Pois, não tenho actualizado o blog... Mas ando com uma pilha de trabalho deste género...
Só neste blog tenho que:
1. Responder ao desafio do Pedro Oliveira (não, não está esquecido)
2. Contar as férias (o que pode ser contado, claro)
3. Contar o que achei do Cats
4. Falar de 2 ou 3 livros que li recentemente
5. Mais aquelas coisas sem sentido que para aqui escrevo às vezes
E ainda trabalho e GEN e CPC (siglas só decifráveis por alguns). Enfim, prometo... um dia... talvez... quem sabe...
8.9.06
4.9.06
Estive a banhos aqui...
23.8.06
É preciso topete!!
22.8.06
José EROSdrigues dos Santos
18.8.06
Socialismo o muerte?
"We'll always have Paris"
17.8.06
Oh, não!
+
=
8.8.06
E agora para algo completamente diferente...
28.7.06
27.7.06
Revoluções
19.7.06
Sinais ultra-pós-modernos
- Sofrimento não é uma opção.
- Há uma geração Hi5.
(Que alcunha terá a geração que agora tem 12 anos?)
- "O download do upgrade do software."
- Hollywood (e tutti quanti) como causa de desequilíbrio emocional.
- "Entreguei a uma empresa e eles trataram de tudo".
- Falhar não é uma opção.
- "Todos o fazem, burro é quem não aproveita."
- "O meu filho é que percebe disso."
- "Azar, quero lá saber."
- "Trabalhei o fim-de-semana todo, estou morto."
- "Ele andou enrolado com outras e ela descobriu e fez-se muito ofendida, mas ela também andava enrolada com outro. Mas era só um."
- Fealdade não é uma opção.
- "Estás feliz?"
- :) ;) lol :P :D :S :(
- A imagem pode não ser tudo, mas é algo.
- "Qual é o mal?"
17.7.06
16.7.06
6.7.06
Fantástico!
A Gerência adverte que pode ferir as pessoas mais sensíveis ao mau gosto.
5.7.06
Mundial? Qual Mundial?
3.7.06
E vão 28, faltam 3, para no fim ficar só um: Portugal!
1.7.06
28.6.06
26.6.06
Notas do Mundial
1. Que grande golo!!;
2. Esse Boulahrouz devia ser cortado às postas e servido a cães famintos (para quem não percebe muito de futebol, a ideia foi pôr o Ronaldo de fora logo no início, quando o árbitro normalmente ainda tem alguns pruridos em expulsar alguém; e não é que resultou? F*%$" #& =#%&!!!);
3. Árbitro digno de um campeonato distrital do Burkina Faso;
4. A falta que o Deco nos vai fazer (OK, o Costinha também, mas o Deco...);
5. Felipão já ganhou;
6. A Inglaterra não jogou nada de especial;
7. Se chegarmos à meia-final com o Brasil... pode ser um dos melhores jogos do mundial.
23.6.06
Notas do Mundial
Força Portugal!!
22.6.06
Nova Avenida dos Aliados
No entanto, acho que ficou bem. Parece uma praça (ou avenida) só, mais ampla, mais aberta. E parece-me que agora as pessoas usufruem muito mais as placas centrais, que dantes eram quase só de passagem porque não havia grande espaço para andar por ali. À volta da fonte, por exemplo, tem sempre gente. À volta e lá dentro, que já lá vi miúdos a tomar banho!
PS: não posso deixar de dar a minha alfinetada ao meu alvo preferido, os jornalistas. Quando foram instaladas as cadeiras junto à fonte, uma repórter de rádio andou a perguntar a quem por lá andava: "acha que as cadeiras aqui vão durar ou que as vão roubar?"; "acha que este ferro é suficiente para impedir que as roubem?"; e fez uma reportagem de 2 ou 3 minutos só sobre a roubabilidade das cadeiras. Sempre em busca da polémica, irra...
Notas do Mundial
12.6.06
a/c do Mr. Scolari
17.5.06
Semana fantástica (actualizada) :D
21 de Maio de 2003 http://www.fcp2003.net/uefa/uefacup_fcp.mpg
26 de Maio de 2004 http://www.fcp2003.net/ldc/final2004.mpg
27 de Maio de 1987 http://www.fcp2003.net/1987/madjer.mpg
27 de Maio de 1987 http://www.fcp2003.net/1987/juary.mpg
(como vêem, links para o site www.fcp2003.net)
11.5.06
3.5.06
Racismo ou orgulho nas raízes?
30.4.06
Bravo NY!
You Are New York |
Cosmopolitan and sophisticated, you enjoy the newest in food, art, and culture. You also appreciate a good amount of grit - and very little shocks you. You're competitive, driven, and very likely to succeed. Famous people from New York: Sarah Michelle Gellar, Tupac Shakur, Woody Allen |
28.4.06
Hoje estou...
... assim. Começou ontem com dores de garganta, passou para o nariz, deu em zumbido nos ouvidos e agora está a começar a tosse. E vem aí um fim-de-semana prolongado.
Mas o que é que eu fiz para merecer isto?*
*João, Raquel e Francisco estão proibidos de responder. Ah, e o Pedro também. E a Marta. E o Óscar. E tu também não podes, Zé. Nem tu, Sofia. Nomes fictícios para protecção dos próprios. Mas eles sabem quem são.
25.4.06
Sophia
As ondas quebravam uma a uma
Esta é a madrugada que eu esperava
23.4.06
Gravidezes "Gotcha!"
Vídeo fantástico!
Sempre roupa, sempre roupa...
I'll Follow The Sun
And so my love I must go
And though I loose a friend
In the end you will know.
(Lennon/McCartney)
19.4.06
Link
Margaritas e outras imagens
5.4.06
2.4.06
Não fazia a mínima ideia...
30.3.06
Trabalhar para aquecer, não trabalhar para refrescar
24.3.06
Natal é (quase) todos os dias
22.3.06
18.3.06
14.3.06
Erotismo, Junta de Freguesia do Rochoso, Prof. Marcelo, Manuela Moura Guedes e Abrupto
E esta violência, também é compreensível?
in Público online, 12.03.2006
9.3.06
Ó Maria de Jesus, despacha-te!
8.3.06
Spam do dia - IV
-Sensattional revolution in meedicine!
-E-nlarge your p-enis up to 10 cm or up to 4 inches!
-It's herbal solution what hasn't side effect, but has 100% guaranteeed results!
-Don’t loose your chance and but know wihtout doubts, you will be impressed with results!!!
Clisk h-ere: http://select-a-dentist.info
Select a... dentist?! Select a dentist?!?!?!?!
Sex Pistols
6.3.06
4.3.06
Christ and love for 10 dollars a month
Spam do dia - II
Não. E parece que ninguém pode dizer com segurança que já experimentou...
3.3.06
Porto 2 - Benfica 0
Spam do dia - I
28.2.06
Early Morning Blogs 1
27.2.06
Hamas democrático
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Internamente, os palestinianos puniram nas eleições a Fatah, a sua corrupção, a sua incapacidade para resolver os problemas. Em consequência, esperam do Hamas, que sempre se assumiu como moralmente superior, a melhoria da Administração Pública, o desenvolvimento, a liberdade, a segurança, o orgulho e a dignidade. Não é pouco!
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«O designado primeiro-ministro palestiniano, Ismail Haniya, afirmou numa entrevista ontem publicada pelo diário norte-americano Washington Post que o Hamas considera uma "paz em estádios" caso Israel retire para as fronteiras de 1967. Esta paz em estádios, explicou, seria uma "trégua de longo termo", já antes prometida pelo líder espiritual do movimento, o xeque Ahmed Yassin. Quando questionado pela jornalista do Post e da Newsweek sobre se esta paz significaria a eliminação do povo judeu, Hanyia respondeu: "Não queremos atirá-los para o mar. Queremos a nossa terra de volta".
[...] Ainda ontem, os Estados Unidos afirmaram que não vão cortar na ajuda humanitária aos palestinianos.A promessa foi feita pelo responsável do Departamento de Estado David Welch, num encontro com o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas. Os Estados Unidos "são há muito um apoiante do povo palestiniano (...) e continuarão a apoiar o povo palestiniano nas suas necessidades humanitárias", garantiu Welch. Abbas aproveitou, por seu lado, para apelar à comunidade internacional para que não isole o Hamas, elogiando o escolhido pelo movimento para o cargo de primeiro-ministro, um pessoa "flexível e diplomática". "Eles vão ouvir muitas coisas que os farão pensar na sua posição política".
26.2.06
Miséria nacional... intelectual!
Mas por acaso isso verifica-se apenas em Portugal? Então a França, a Alemanha, a Holanda ou a Suécia, que têm os jogadores das suas selecções igualmente espalhados por ligas estrangeiras, têm uma miséria nacional semelhante à que vpv tão sistematicamente denuncia como nossa? Ou será que não estamos tão mal quanto vpv vocifera? Ou, mais simplesmente, será que vpv foi acometido do "Síndrome-de-Dirigente-do-Bloco-de-Esquerda" e lhe deu para falar de tudo, incluindo do que claramente não sabe?
23.2.06
Pardon?
19.2.06
Nas últimas imagens...
A minha avó e João Carlos Espada
16.2.06
Tripeiro nato
Você é um homem/mulher do Norte! Não há nada que lhe escape: que ninguém pense em abordá-lo com falinhas mansas sem um cimbalino e uma francesinha na mão! Para si, tudo o que não esteja num raio de cinco quilómetros a volta da Torre dos Clérigos é paisagem. Aprovado com distinção neste teste de Portualidade já pode ir contando com um convite para ser o rei/rainha da noite de S. João.
Quem será a mãe?
Ouvido na TSF, 15.02.2006
15.2.06
MST premiado
Há uns tempos perguntaram a MST numa entrevista como tinha sido a reacção dos críticos literários à incursão do jornalista pela ficção. Ele sorriu e disse que se definia como contador de histórias (salvo erro), para não incomodar ninguém com uma auto-definição como escritor... E notou que nunca tinha sido convidado para os 3 ou 4 programas televisivos de literatura existentes. Será que agora, com o “reconhecimento internacional”, o vão convidar? Seria interessante. E revelador.
T-shirts
"Mandei confeccionar 't-shirts' com as caricaturas contestadas pelo Islão e vou usá-las a partir de hoje", afirmou Calderoli em declarações à agência noticiosa italiana Ansa.O governante faz parte da Liga do Norte, partido que integra a coligação governamental do Executivo presidido por Silvio Berlusconi e que é conhecido pelas suas tomadas de posição xenófobas. "Estou pronto para oferecê-las a quem as pedir", acrescentou Calderoli, recusando que o seu gesto possa ser entendido como uma provocação.
in Público online, 15.02.2006
No post O grande problema de hoje - parte IV disse que o Ocidente devia usar firmeza e inteligência. Adivinhem o que falta aqui...
14.2.06
Manias
11.2.06
I rest my case
[...]
Esta informação ajuda a sustentar a tese de que existe uma forte manipulação política por detrás das manifestações a que se tem vindo a assistir em vários países.
[...]
Para Sari Hanafi, da Universidade Americana de Beirute, os regimes árabes que estavam ressentidos com a pressão ocidental de democratização viram aqui uma oportunidade. As manifestações que se seguiram "desencadearam uma reacção visceral - claro que se sentiram ofendidos - e depois tínhamos regimes a tirar partido, a dizer: "Vejam, é desta democracia que eles falam"", comentou.»
In Público online, hoje.
10.2.06
O grande problema de hoje - parte IV
Nem de propósito, o tipo de reacção que o Ocidente deve adoptar face ao extremismo islâmico tem estado em cima da mesa nos últimos dias.
A questão dos cartoons dinamarqueses liga-se, claro, à do Hamas, porque refere-se à posição dos ocidentais face ao extremismo e ao terrorismo religiosos.
E para mim a posição só pode ser uma: firmeza inteligente. Firmeza nos princípios fundamentais, inteligência na definição táctica.
A firmeza nos princípios fundamentais é imprescindível. Não podemos sacrificar as nossas liberdades à segurança (ou melhor, à ameaça do seu fim às mãos do terrorismo). Não podemos, muito menos, envergonharmo-nos delas. A Dinamarca é dos países mais tolerantes do mundo, que aceita a diferença e respeita a opinião contrária, que protege os desfavorecidos e acolhe os imigrantes, que acredita na liberdade de expressão e rejeita a ingerência do poder político nas esferas que lhe estão proibidas na Lei, que protege o indivíduo face ao abuso dos colectivos e rejeita o totalitarismo, tudo conforme as normas básicas de um Estado de Direito que se orgulha ser. E que todos nos devemos orgulhar de apoiar.
A Dinamarca é a liberdade. Imperfeita, melhorável, mas a liberdade. E a dignidade da pessoa humana.
Ora, o que são os extremistas? Sem rodeios: são o Totalitarismo, a mundividência cuja afirmação exige a negação das demais mundividências, a verdade única de auto-proclamada “vanguarda moral” do povo islâmico.
Naturalmente, o confronto com tal totalitarismo assusta-nos. Já teve etapas sangrentas. Queremos evitá-lo. Esperamos evitá-lo.
O problema é que o confronto interessa aos extremistas. O pior que pode acontecer aos extremistas é a dita normalidade democrática. Eles vivem do ódio e da turbulência, não do respeito democrático nem da tranquilidade. E por isso agitarão as massas sempre que se sentirem ameaçados.
Ora, o AKP rejeitou o extremismo na Turquia depois de ter chegado ao poder, a Fatah rejeitou o extremismo na Palestina depois de ter chegado ao poder, o Hamas começou já a ser pressionado (interna e externamente, como referi na parte III) a seguir idêntico caminho. No Afeganistão e no Iraque houve eleições democráticas. E também no Egipto e na Arábia Saudita (onde não houve invasão americana). No Líbano renasce a esperança.
Estas são boas notícias para nós – mas péssimas para os extremistas. É aqui, portanto, que vamos ser postos à prova. Nisto:
- Mantermo-nos firmes na defesa dos nossos valores de liberdade, democracia e dignidade da pessoa humana;
- Persistir nos esforços de democratização, estabilização e desenvolvimento do Médio Oriente, com a inteligência táctica de aceitar vitórias parciais mas progressivas em direcção ao objectivo final ;
- Pressionar israelitas e palestinianos para um acordo, aplaudindo cada sucesso, tendo cuidado para não vexar nem humilhar, pressionando para o evitamento de conflitos, lembrando a pressão e a esperança dos respectivos povos e do mundo.
No caso concreto dos cartoons, é preciso portanto que:
- Se repudie toda a violência resultante;
- Se rejeite como possível solução a ingerência de um governo na delimitação directa da liberdade de expressão, à margem do estipulado prévia e taxativamente na Lei;
- Se admita que os cartoons são de mau-gosto e susceptíveis de ofender os muçulmanos;
- Se afirme, no entanto, que o reconhecimento da liberdade passa, justamente, por respeitar aquilo com o qual à partida não concordamos.
- Voltando ao início, se insista que estas são as formas de organização das nossas sociedades pelas quais nos regemos e nos continuaremos a reger.
Firmeza nos princípios, inteligência nas tácticas. O nosso Ministro dos Negócios Estrangeiros não percebeu nem uma nem outra. Pior, subverteu-as. No que deveria ser firme, foi abaixo de mole – foi omisso, inexistente. Não ter feito uma única referência à inaceitável violência dos extremistas é imperdoável. No que deveria ser inteligente, jogando com as margens tácticas para cumprir a estratégia principal, foi inepto – enveredou por um suposto apaziguamento que soou inevitavelmente a cedência, sem sequer a mínima contracedência da outra parte. Foi Chamberlain sem sequer a aparência de Munique.
9.2.06
A melhor piada de loiras de sempre!!
8.2.06
O grande problema de hoje - parte III
Real politik: o exercício do poder obrigará o Hamas a lidar com as pressões internas e externas. O que ocorrerá pela primeira vez (pormenor importante).
As pressões internas serão no sentido do milagre. Os palestinianos querem mais, muito mais, do que aquilo que têm neste momento. Querem paz, desenvolvimento, fim da corrupção. Mas também território, orgulho, dignidade. A Fatah falhou em todos estes campos. É claro que Israel não ajudou propriamente a Autoridade Palestiniana e a Fatah (muro de divisão, atentados a dirigentes radicais - por vezes atingindo inocentes -, constrangimentos económicos, etc), mas colocar-se-á sempre a questão do ovo e da galinha: quem "nasceu" primeiro, os atentados de radicais palestinianos ou os atentados israelitas?
Independentemente disso, a Fatah, aos olhos palestinianos, falhou. A vitória do Hamas, portanto, é uma vitória de uma imensa esperança. Do Hamas, como disse, os palestinianos esperam o milagre. Que, de resto, lhes foi prometido pelo Hamas.
No plano externo, claro está, as pressões serão no sentido da paz. Este objectivo, no entanto, é bastante genérico. Há vários tipos possíveis de paz. O Hamas diz que quer a paz - só que para o Hamas a paz implica o fim de Israel, com a região apenas para os muçulmanos. E Israel também quer a paz, mas mantendo a existência com o máximo possível de território. Em que sentido pode a comunidade internacional pressionar? Pode escolher um modelo de paz e pressionar as partes no sentido da sua aceitação? Ou deve limitar-se a promover negociações e esperar que as partes cheguem a acordo? Porventura começar por este último e, durante o processo, procurar mudar para o primeiro, como tem sido tradição.
A verdade é que estas pressões internas e externas serão uma novidade para o Hamas. E, para mim, vão interligar-se e interdepender-se.
De facto, o sucesso do Hamas em cumprir as esperanças internas depende da relação com Israel e com a comunidade internacional. Por exemplo, nas primeiras declarações do Hamas após a ameaça da UE em pôr fim à ajuda financeira que neste momento presta à Autoridade Palestiniana, os seus dirigentes desdenharam tal ajuda, por ser pouco importante e por poder ser colmatada com ajuda dos países islâmicos. Mas não rejeitaram a ajuda europeia, apenas disseram algo como "se quiserem, retirem-na". E não rejeitaram porque sabem que ela é importante para a economia palestiniana e que dificilmente os países islâmicos poderiam compensar a sua perda. Jogam, portanto, no bluff - mas estarão certamente preocupados devido às tais pressões internas para o desenvolvimento económico.
No fundo, a minha tese é esta: para responder às aspirações internas, o Hamas terá que ser realista no relacionamento com Israel e com o Ocidente. Como o foi a Fatah. Convém não esquecer que a Fatah já foi tão radical e terrorista como o Hamas. Mas, com o decurso das negociações, foi moderando o discurso e a acção (com ambiguidades em ambos, diz Israel).
A esperança é esta: que também o Hamas faça caminho idêntico. Como disse na parte II, o Hamas não é um conjunto de barbudos terroristas ignorantes. São extremistas, mas contam entre si académicos e intelectuais (nota: se a nós isto parece contraditório, lembremo-nos do fascínio que o totalitarismo comunista exerceu sobre tantos intelectuais ocidentais).
Àqueles que neste momento me consideram lírico ou ingénuo, relembro as declarações de alguns dirigentes do Hamas após as primeiras reacções internacionais. A própria admissão de umas tréguas com Israel é já uma primeira cedência. Ou pelo menos moderação. As tréguas servirão para negociar, pública ou secretamente. O que é um primeiro passo.
A posição dos ocidentais nesta matéria é fundamental. Porque dela poderá resultar o desfecho. A ela me referirei no próximo post.
6.2.06
4.2.06
O grande problema de hoje - intervalo!
Para desanuviar da situação no Médio Oriente (mas bastante a propósito), mais uma citação de Winston Churchill:
Fanático é aquele que não consegue mudar de ideias e que não aceita mudar de assunto.
Mais nada...