16.4.05

Santana, Carmona e Cavaco

Carmona Rodrigues disponibilizou-se para ser o candidato do PSD à Câmara de Lisboa. De certa forma fez a Santana Lopes o que este fez a Cavaco Silva: todos julgavam que Cavaco era o candidato natural às presidenciais, mas eis que Santana veio dizer "atenção, que eu sou uma boa alternativa". Entretanto Santana foi para primeiro-ministro, perdeu as eleições, voltou à Câmara, há um novo líder no PSD e essa alternativa deixou de o ser. Mas agora Carmona fê-lo provar da sua própria táctica...

Vejo 3 motivações possíveis para a atitude de Carmona Rodrigues:

1. Motivação unicamente pessoal: querendo ser o candidato e sem falar com ninguém, decide disponibilizar-se mesmo sem ter certezas de eventuais apoios dentro do PSD; obviamente, esta é a menos provável;


2. Incitado por Santana: com medo de não ser o escolhido pela nova direcção do PSD, Santana poderá ter pedido a Carmona Rodrigues para disponibilizar-se, tipo "se não for eu, que sejas tu"; mas também me parece pouco provável;

3. Incitado pelos "mendistas": não querendo Santana como candidato, os mendistas podem ter incentivado Carmona a avançar, para facilitar a tarefa a Marques Mendes na hora de anunciar que Santana não é o seu candidato.

A 3ª hipótese explicaria os discursos de Santana no Congresso, avisando que ainda não o podem simplesmente excluir do partido. Marques Mendes vs. Santana, um braço-de-ferro que vai dar que falar até ao Verão. Mais do que Marques Mendes vs. Menezes. Isso será depois.

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