Todos sabemos que a gestão pública de grandes unidades é difícil e, normalmente, ineficiente. Nos hospitais, um modelo de gestão mais próximo do modelo das empresas privadas estava a ser experimentado em alguns. Embora ainda houvesse muito a melhorar, a experiência estava a correr bem.
A Esquerda, sobretudo a mais radical (BE, PCP), alertou logo: se não é público, não presta. Começou logo a lançar o medo da gestão privada, contra o povo, interessada apenas no lucro, etc. O PS sabe que não é assim. Sabe que o modelo tradicional não é mais possível nos dias de hoje. Sabe que o modelo de gestão privado é o futuro. Seja através de SAs de capital público, de algumas privatizações, de um regime semelhante ao das concessões ou outro. Tudo está em aberto (daí as experiências do anterior governo, que admitia ser necessário experimentar para ver qual a melhor solução).
Não querendo ser apelidado de Direita pelo BE e pelo PCP, o Governo encontrou uma solução fantástica: acabar com os Hospitais SA, retorná-los ao sector público puro e duro, mas dotá-los de um modelo de gestão próximo do privado.
É querer mudar sem mudar. Como é óbvio, isso não é possível. Tudo vai ficar na mesma. Os lóbis agradecem.
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