Luís Filipe Menezes teve um bom Congresso. Capitalizou descontentes e indecisos. Apelou às bases, via coração. Mas nunca foi solução.
Após o primeiro discurso, viu-se para o que ia. No final desse discurso, citou nomes sem fim de portugueses anónimos, autoproclamando-se o seu defensor. As bases poderiam contar com ele porque ele estaria próximo das bases. E dos portugueses. Bem mais próximo que Marques Mendes, com a sua imagem de distância fria.
A estratégia resultou. Teve um resultado que lhe permite acalentar esperanças de um dia ser líder. A próxima eleição do presidente do partido, em Congresso ou em eleições directas, vai ser muito interessante. Resistirá o partido às promessas?
Há algo que me faz desconfiar de Menezes. Há 2 anos deu uma entrevista bombástica, por muitos já esquecida (porque essas entrevistas nunca são levadas muito a sério), dizendo que seria candidato à Câmara do Porto com ou sem o apoio do PSD. Passados alguns meses disse que Rui Rio não deveria ser o candidato. Depois disse o contrário, que deveria. Mais recentemente disse que Rio seria o candidato se assim o quisesse, embora considerasse que não o deveria ser. No Congresso de Barcelos disse que não seria candidato à Câmara de Gaia. Poucas semanas depois, a bem do partido e da sua união, afirmou que estava disponível para o ser.
Com todas estas afirmações ganhou manchetes e protagonismos. A maioria dos portugueses, que acompanha mais ou menos desinteressadamente a política, esquece estas contradições rapidamente. Mas que significam elas? O que podemos realmente esperar de Menezes?
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