13.4.05

Congresso PSD III - Santana

Santana deu-me pena. Sobretudo pena. Sente-se perseguido injustamente. Não aceitará nunca sair da política. Vive dela, com ela, para ela. Não se vê a si próprio sem ela.

Há duas opiniões extremas sobre Santana.

A mais negativa vê-o sem capacidades para ser líder político. Considera as suas vitórias como um bluff que foi finalmente desmascarado quando assumiu a presidência de Lisboa e, mais ainda, quando teve de liderar o Governo. Aí, segundo essa opinião, revelou-se finalmente o político demagógico, instável e errático, com consequências péssimas para os respectivos governados.

A mais positiva vê-o como um líder corajoso e incómodo, demasiado diferente das habituais elites políticas - e, por esse motivo, constantemente perseguido. Para essa opinião, nunca permitiram a Santana mostrar o que vale - desdenharam as conquistas e exageraram os erros. Moveram-lhe perseguição feroz e ininterrupta.

Não é para equilibrar, mas penso sinceramente que nenhuma opinião é 100% certeira. A verdade está algures no meio.

Não me venham com histórias: a Santana moveram, realmente, uma perseguição inédita. Mas ele não mostrou capacidades para lidar eficazmente com ela.

De fora vieram constantemente acusações de agitação e instabilidade - o problema é que essas acusações criaram mesmo essa agitação e instabilidade. Induzidas ou não, elas existiram. Seria preciso alguém muito forte, consistente e metódico para as ultrapassar. E aí Santana falhou.

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