A França está em crise. Crise económica, crise de confiança nos políticos, crise social.
As deslocalizações de empresas sucedem-se. O desemprego assusta (10% do total da população activa, 23% entre os jovens). O governo mostra-se incapaz de parar a tendência. A França já não é decisiva na construção europeia. A "grandeza da França" no mundo é relíquia do passado. A língua francesa perde para a inglesa na "luta" para idioma da globalização. O medo instala-se: medo do famoso canalizador polaco, do imigrante turco, do têxtil chinês, do salário romeno.
Pouco ou nada disto estava em jogo no referendo. Mas o medo triunfa quase sempre sobre a esperança. A vontade de mudança impera sempre quando há crise. Mesmo que não se saiba em que sentido deverá ser essa mudança. Recusa-se a situação e pronto. E a situação é o Governo. E é Bruxelas.
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