Mais um exemplo de jornalismo duvidoso na nossa praça. Quando Rui Rio anunciou um acordo para instalar uma Pousada nos edifícios do Palácio do Freixo e das Moagens Harmonia, logo começou a contestação: que era entregar a um grupo privado, que era preciso assegurar o usufruto público (como se sabe, era frequentíssimo...), que ia desvirtuar um espaço que estava recuperado e que, no caso das Moagens Harmonia, era ainda por cima um exemplar único. Como os jornalistas afirmam estas coisas sem confirmação, não sei. Vão na onda do esquerdisticamente correcto - que, como se sabe, adora dizer mal de grandes grupos económicos privados, sobretudo quando estão na oposição.
Por isso, vale a pena ler o que escreveu no Público de 6 de Novembro passado um especialista em património industrial:
«É inacreditável que, na tentativa de se contestar a instalação da pousada se afirme (ver PÚBLICO, de 6/6/2005) que "a tecnologia alemã que tornou a sua construção possível faz do imóvel um raro exemplar de arquitectura industrial", ou que "foi construído de uma forma inovadora - com materiais como o ferro, a pedra e a madeira". A dita "tecnologia alemã" não foi mais do que a de um mestre-de-obras dos arredores do Porto. E ficamos também a saber que a simples, e mais do que comum, utilização do ferro, pedra e madeira lhe conferiu características "inovadoras", para não falar já desse invejável atributo que é a sua "singular verticalidade" ou do facto de "vibrar na sua totalidade durante o trabalho das máquinas a vapor, sem desmoronar". É que, apesar da sua singeleza, seria impossível que o mesmo desmoronasse, para além de que só havia uma máquina a vapor, cuja "vibração" de modo algum ameaçava a segurança do edifício. »
Para ler todo o texto - vale a pena! - clicar aqui.
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