Fui hoje ao site www.publico.clix.pt. Tendo ouvido ontem a declaração de candidatura de Cavaco Silva à Presidência da República, fiquei estupefacto por ver o título: "Cavaco Silva não prescinde do poder de dissolução" que, verifiquei depois, surge também como subtítulo na capa da edição impressa.
O título desta notícia é uma vergonha para um jornal como o Público. Desvirtua completamente o sentido das declarações de Cavaco Silva, que deixou bem claro ser a favor da estabilidade. Aliás, a questão não é se prescinde ou não. É um poder conferido pela Constituição, ponto final. Não teria qualquer sentido precindir deste ou de qualquer outro poder.
Mas o fundamental é que toda a gente percebeu que Cavaco não dissolverá a Assembleia caso ganhe as eleições. Deixou bem claro que é a favor da estabilidade, que Portugal precisa de estabilidade e que só admite a dissolução em circunstâncias muito, muito excepcionais (tudo citações das declarações de ontem). Seja por incompetência ou má-fé, isto é certamente jornalismo-lixo.
5 comentários:
micróbio, quase? Eu atrevo-me a concluir! Mas neste caso, para além do sensacionalismo, pode haver outra motivação: a de levar as pessoas a pensar que a vitória de Cavaco pode levar à dissolução da Assembleia e, mais uma vez, à instabilidade governativa. Mas vamos pensar que não era essa a intenção do jornalista...
Viva,
Não sinto proximidade nenhuma com a ideia que Cavaco tem perfil para Belém mas tenho absoluta certeza que é uma pessoa responsável e que tal nunca lhe passaria pela cabeça. Responsável não é certamente o jornalista. Exageraste um pouco porque o jornalista não afirma nem insinua que vai haver dissolução pós eleições mas acompanho-te nas críticas a um título sem razão de ser e redutor em relação ao que está em jogo.
Abraço,
Inteiramente de acordo, amigo Fernando! Basta, aliás, aceder à página internet www.cavacosilva.pt e ler, na íntegra, a declaração de candidatura proferida.
Com um forte abraço,
Ricardo Freitas Rodrigues
Esse jornal, começar a dar motivos para desconfiar, já começa a ser demais, nem falo na perseguição que fazem ao Rui Rio. É por estas e por outras que depois pedem na Assembleia da República para esclarecer matérias como uma suposta compra da TVI da parte grupo espanhol Prisa, admiram-se pois claro! Penso que pedir imparcialidade na imprensa Portuguesa começa a ser um direito que custa a adquirir.
ricardo, eu acho que insinua. Se não, para quê um título redigido desta forma, quando até concordas que tal ideia nunca passaria pela cabeça de Cavaco?
ricardo freitas rodrigues, eu ouvi em directo. Por isso é que me indignei, como tu!
tiago, neste momento a imprensa é o principal poder sem contrapoder da nossa democracia. A imparcialidade não está à vista, não.
Abraços!
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