16.10.05

Campanhas memoráveis... a continuar! E ainda, António Barreto

Abaixo estão alguns cartazes memoráveis desta última campanha eleitoral, enviados pela Zona Franca. Não, não me esqueci do PS e do PSD, não tewnho é tempo de colocar hoje porque o sistema está muito lento e a minha vida não é isto...

Entretanto, cá fica um excerto do artigo de hoje de António Barreto no Público (disponível online apenas para assinantes):

"[...] A acumulação primitiva, a corrupção, boa parte do capitalismo português e a demagogia eleitoral vivem da obra. Da construção. E daquilo a que se chama o urbanismo. Neste domínio, a falta de autoridade, de decência e de legalidade, em grande parte efeito da acção das autarquias, surgiu aos nossos olhos como nunca antes. Mas não tenhamos dúvidas: o exemplo também vem de cima. Talvez com mais legalidade aparente, os governos da República e das regiões têm tido uma actuação pedagógica eficaz. O modo como tratam das grandes obras, como encaram as últimas privatizações dos "bocados mais apetecidos" e como legitimaram o nepotismo nas nomeações da Administração Pública constitui um modelo e um padrão de comportamento para o poder local.

É verdade que assistimos também a alguma disputa entre as direcções centrais dos partidos e os seus órgãos locais, os seus candidatos e as suas vedetas populares. Pode parecer que a virtude mora na capital, no centro, e o pecado reside na província, na periferia. Mas é bom não termos ilusões. Na verdade, está aberta, há algum tempo, dentro dos partidos, uma competição real pelo poder efectivo. O poder local tinha assegurado, ao longo de duas décadas, uma posição invejável. Perante a crescente inoperância dos partidos no centro, era aquele que fabricava líderes, arrumava listas para os órgãos nacionais, impunha políticas e organizava a socialização política das juventudes e dos futuros militantes. Até que as direcções nacionais perceberam que estavam prisioneiras. E contra-atacaram. Começaram, previsivelmente, pela duração dos mandatos. Passaram pelas nomeações de dirigentes da Administração Pública. Continuaram com as designações de candidatos. Vão prosseguir com os orçamentos. E, talvez, quem sabe, com uma nova estratégia para as polícias, a Procuradoria e os tribunais. Os resultados deste confronto são incertos. [...]"

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