12.6.07
22.5.07
21.5.07
10.2.07
Concordo totalmente!
Retirado do Blasfémias:
Nesta campanha, nos vários debates em que estive, o "Não" repetiu sempre um argumento notável: deve ser negada a possibilidade de escolha das mulheres em fazer a IVG para dar lugar ao planeamento familiar e a políticas públicas de esclarecimento e aconselhamento familiar e sexual (como se ambas as coisas fossem incompatíveis em algum lugar com que nos gostamos de comparar…). E, normalmente, quase todos os circunstantes abanavam gravemente a cabeça, concordando.
E eu, sorrindo, recordava a batalha enorme que o Dr. Albino Aroso teve de travar há alguns anos para realizar em Portugal alguma coisa que se assemelhasse a "planeamento familiar".
«Pílulas?», diziam. Dar «preservativos à toa?», assustavam-se. E a «moral?», perguntavam. Isso vai destruir a «família», avisavam. «Educação sexual?», indignavam-se. Isso seria ensinar os nossos filhos a saberem «o que não devem fazer», sentenciavam.
E, agora, os mesmos, precisamente os mesmos, aqueles que andaram durante décadas a rugir contra os métodos contraceptivos e a educação sexual, chegam a este momento eleitoral ancorando quase toda a argumentação pública do "Não" naquilo que condenaram durante todo o tempo anterior. Agitam todo o acervo de razões que estigmatizam desde há décadas e que boicotaram sempre que lhes foi possível - «Ter um filho é um acto moral. Engravidar não pode ser um mero acidente», garantem alguns cheios de verdade na sua mão direita.Mas, enfim, a coerência e a realidade nunca foram óbice para os que se julgam os únicos defensores dos valores e dos princípios à face da terra e dos céus...
9.2.07
Porque voto SIM no referendo
No cerne da questão não estão os impostos, o Serviço Nacional de Saúde, a propriedade da barriga das mulheres ou a modernidade, argumentos que radicais de um lado e outro têm aduzido mais vezes que as que o meu estômago tolera.
No cerne da questão está isto: a vida humana. Não a vida, mas a vida humana.
No cerne da questão está isto: a vida humana. Não a vida, mas a vida humana.
Para os defensores do NÃO, a vida humana começa no momento da fusão do espermatozóide com o óvulo. Aí está a vida humana. Pelo menos em potência.
Ao contrário do que os radicais do SIM querem fazer crer, esta é uma posição respeitável. A sua convicção é forte e compreensível, por isso deve ser respeitada. E eu respeito, mas não concordo.
Ao contrário do que os radicais do SIM querem fazer crer, esta é uma posição respeitável. A sua convicção é forte e compreensível, por isso deve ser respeitada. E eu respeito, mas não concordo.
Uma vida é humana não apenas por ser vida, mas por ser... humana (passe a redundância). Sobretudo por ser humana.
O que define essa humanidade não é a biologia, mas a rede de afectos. A nossa humanidade não resulta de um cérebro a funcionar, de um fígado eficaz, de um músculo activo.
A nossa humanidade resulta das nossas relações: com a mãe e o pai, com os irmãos, com a família, com os amigos, até com os inimigos.
A nossa humanidade resulta desta rede de relações que nos torna seres em comunidade, parte integrante de redes e sub-redes e sub-sub-redes de relacionamentos com o outro, com os outros. Redes de afectos, de sentimentos, de emoções, de amores, de ódios e de tudo o mais que nos torna humanos.
O que define essa humanidade não é a biologia, mas a rede de afectos. A nossa humanidade não resulta de um cérebro a funcionar, de um fígado eficaz, de um músculo activo.
A nossa humanidade resulta das nossas relações: com a mãe e o pai, com os irmãos, com a família, com os amigos, até com os inimigos.
A nossa humanidade resulta desta rede de relações que nos torna seres em comunidade, parte integrante de redes e sub-redes e sub-sub-redes de relacionamentos com o outro, com os outros. Redes de afectos, de sentimentos, de emoções, de amores, de ódios e de tudo o mais que nos torna humanos.
E portanto eu pergunto: que vida humana é esta que tem de ser vida a qualquer preço, mesmo que à custa da parte humana?
Que vida é esta que, tantas vezes, queremos condenar à pobreza extrema, ao desinteresse dos pais, à infância miserável, à família desestruturada, ao abuso constante, à violência, ao presente sem luz, ao futuro sem esperança?
Que vida é esta que queremos condenar à dificuldade e ao sofrimento?
Que vida humana é esta que queremos condenar à desumanidade?
E porque queremos condenar a mulher que, face a estas perspectivas, opta por não querer continuar a gravidez porque sabe que não pode assegurar essa humanidade básica?
Perante uma situação concreta, duvido que recomendasse a alguém fazer uma IVG. Mas não me sinto na posição moral de condenar uma mulher que decide não continuar uma gravidez por achar que, por algum motivo, não consegue assegurar toda essa humanidade a essa vida.
Que vida é esta que, tantas vezes, queremos condenar à pobreza extrema, ao desinteresse dos pais, à infância miserável, à família desestruturada, ao abuso constante, à violência, ao presente sem luz, ao futuro sem esperança?
Que vida é esta que queremos condenar à dificuldade e ao sofrimento?
Que vida humana é esta que queremos condenar à desumanidade?
E porque queremos condenar a mulher que, face a estas perspectivas, opta por não querer continuar a gravidez porque sabe que não pode assegurar essa humanidade básica?
Perante uma situação concreta, duvido que recomendasse a alguém fazer uma IVG. Mas não me sinto na posição moral de condenar uma mulher que decide não continuar uma gravidez por achar que, por algum motivo, não consegue assegurar toda essa humanidade a essa vida.
Por isso voto SIM.
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8.2.07
Reflexão
Nunca um mudo deu aulas de dicção nem um cego aulas de condução.
Só os padres não prescindem de dar conselhos sobre a reprodução e a sexualidade!
31.1.07
26.1.07
Freiras acusadas de maus-tratos
O mundo ao contrário. Se for verdade, claro. E se não for, ainda mais.
Federer 2007
01:48 - onde qualquer comum mortal se daria por contente por simplesmente passar a bola para o outro lado da rede, um "encosto" com peso e medida calculados por computador da NASA. 00:31 - a perfeição. No final, 6-4, 6-0, 6-2. Só falta mesmo Roland Garros.
17.1.07
Hellooooo!!! Dah!!!
Fui visitar pessoa amiga internada no Hospital de Santo António, prestes a ser operada. Tinha lá estado a Liga dos Amigos do Hospital de Santo António, duas senhoras muito simpáticas que deixaram uma revista. Qual? A Nova Gente. Ah que simpáticas e tal e coisa. Até que pus os olhos na capa da revista, que podem ver à vossa esquerda: "Jorge Gabriel ÀS PORTAS DA MORTE" e "A mulher conta as HORAS DRAMÁTICAS em que a vida esteve mesmo por um fio!!" (assim, com maiúsculas e tudo).
Minhas senhoras, sois de uma simpatia e filantropia inexcedíveis. Mas vêde o que trazeis, sim?
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