25.9.10

The spending brother

Dois irmãos concorriam à liderança do Labour Party.

David Miliband ganhou a maioria dos votos dos militantes e dos deputados, só que os sindicatos preferiram Ed Miliband e isso, no complexo sistema eleitoral do Partido Trabalhista, fez a diferença. Conjugados os três tipos de votos, Ed Miliband ganhou por uma diferença de pouco mais de 1%.

Agora está nas mãos dos sindicatos, que são dos mais retrógrados da Europa. Culpam os «ricos» de tudo e mais alguma coisa. Sonham ainda com a colectivização dos meios de produção. São os velhos defensores do “tax-and-spend”: aumentar os impostos para criar mais um subsídio, mais uma benesse.

Essa tradição “Old Labour” manteve o partido fora do governo durante quase 20 anos e, durante décadas, impediu-o de ganhar duas eleições seguidas (até surgir Tony Blair e o seu “New Labour” centrista e moderado).

São retrógados, estão errados e longe da “Middle England”. Cameron pode dormir descansado.
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16.9.10

Ao ouvir a notícia que Portugal se endivida ao ritmo de 2,5 milhões de euros por hora...

... lembrei-me deste trecho do 1º discurso político de Sá Carneiro (1969):

"[...] Por muito que se tenha educado no descrédito da política, é-se forçado a reconhecer que, quando se começa a tomar em profundidade consciência da nossa própria existência pessoal e das realidades que nos cercam, somos constantemente conduzidos a ela [à política].

Desde a educação e futuro dos nossos filhos às nossas próprias condições de trabalho e de vida, desde a liberdade de ideias à liberdade física, aquilo que pensamos e queremos coloca-nos directamente ante a política: seja em oposição frontal à seguida por determinado Governo, seja de simples desacordo, seja de apoio franco.

Porque somos homens, seres inteligentes e livres chamados a lutar pela realização desses dons na vida, formamos a nossa opinião e exprimimos as nossas ideias, pelo menos no círculo de pessoas que nos cercam.

Mas se nos limitarmos a isso, se nos demitimos da intervenção activa, não passaremos de desportistas de bancada, ou melhor, de políticos de café.

A intervenção activa é a única possibilidade que temos de tentar passar do isolamento das nossas ideias e das teorias das nossas palavras à realidade da actuação prática, sem a qual as ideias definham e as palavras se tornam ocas.

Trata-se portanto de um direito e de um dever que nos assiste como simples cidadãos, pelo qual não nos devemos cansar de lutar e ao qual não nos podemos esquivar a corresponder.

Podemos sentir ou não vocação para o desempenho de atitudes ou de cargos políticos, podemos aceitar ou não as condições em que estamos, concordar ou não com a forma como a intervenção nos é facultada, mas não temos o direito de nos demitirmos da dimensão política, que, resultante da nossa liberdade e da nossa inteligência, é essencial à condição de homens.
[...]"

Intervenham!
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7.9.10

O monstro continua imparável

"Enquanto a despesa caiu 14% na Grécia, 2,9% na Irlanda e 2,5% em Espanha, em Portugal subiu 4%. Quando é que se controla o monstro?" (aqui)

Isto é uma vergonha, um escândalo, uma afronta a todos os contribuintes. Pedir para pagar SCUTs, reduzir as deduções de IRS, aumentar o IVA, aumentar os escalões IRS, etc, etc, etc, sem reduzir (meio por cento que seja!!) a despesa pública, é um insulto a todos os Portugueses.

6.9.10

Vital Mentideira

Diz Vital Moreira (aqui) que cobrar portagens nas SCUT é “terminar com uma iniquidade, pondo os beneficiários dessas infra-estrutras a pagar a vantagem privativa que tiram delas, assim dispensando os contribuintes em geral (incluindo os que não as usam) de ter de o fazer com os seus impostos.

Dispensando? Mas os contribuintes em geral vão pagar menos impostos a partir do momento em que os contribuintes que circulam nas SCUT passem a pagar portagens? Vital Moreira está a gozar com a nossa cara?!?!

Isto só seria verdade num de dois cenários: se os impostos para os contribuintes em geral baixassem no mesmo montante das portagens cobradas; ou se o portajar das SCUT se inserisse num esforço sério de equilíbrio das contas públicas, que incluísse nomeadamente uma fortíssima redução da despesa do Estado (veja-se o exemplo britânico aqui).

É inadmissível que o Governo seja absolutamente incapaz de reduzir a despesa (ver aqui ou aqui, por ex.), nomeadamente a despesa que não é de investimento. Só que, como já disse antes, é necessário manter o controlo da sociedade e isso custa dinheiro. Portanto, o contribuinte que pague ainda mais.

Qualquer dia torno-me revolucionário. Revolucionário anti-socialista, claro.
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